Todos os repatriados que chegaram, esta noite, a Lisboa, vindos de Wuhan, na China, foram avaliados no aeroporto e chegaram ao hospital por volta da meia-noite.
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Os portugueses que chegaram domingo a Portugal, repatriados de Wuhan, deram entrada no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, para realizar análises, já depois de uma primeira verificação efetuada por uma equipa médica, ainda no aeroporto de Figo Maduro, onde aterraram por volta das 21 horas.
Vão ficar em "isolamento profilático" durante 14 dias neste hospital e outros no Parque da Saúde, na capital, sem visitas, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido, em conferência de imprensa, cerca das 21.20 horas de domingo.
No total, chegaram 20 pessoas a bordo do C-130 da Força Aérea, incluindo um funcionário diplomático que acompanhou toda a operação, desde Beja a Wuhan e regresso, e dois funcionários consulares a trabalhar na China, e que voltaram a Portugal juntamente com os cidadãos que pediram para ser repatriados.
Antes de chegarem a Figo Maduro, passaram por França, onde aterraram a bordo de um Airbus A380, juntamente com mais 230 passageiros, de 29 nacionalidades, entre os quais 20 que as autoridades francesas dizem apresentar sintomas suspeitos de contágio.
O Governo português garantiu, entretanto, que os portugueses não tiveram contacto com o grupo de passageiros com sintomas suspeitos. A nível global, a epidemia causou já pelo menos 362 mortos, segundo o balanço mais recente do governo chinês.
A ministra da Saúde afirmou que as 20 pessoas retiradas da China que chegaram a Lisboa vão ficar em isolamento e fazer análises para despistar o novo coronavírus, cujos resultados serão apresentados "nas próximas horas".
Marta Temido realçou que, "à partida, essas pessoas não estão doentes" com o novo coronavírus, e que o grupo vai passar 14 dias em isolamento profilático. Durante esse período, não poderão receber visitas, mesmo que controladas.
A Direção-Geral da Saúde fará um boletim clínico diário do grupo e o Ministério da Saúde realizará uma conferência de imprensa diária para dar conta da evolução da situação.
No avião de transporte C-130 da Força Aérea Portuguesa, as pessoas que decidiram sair de Wuhan, epicentro do contágio do coronavírus, foram acompanhadas por seis tripulantes e oito profissionais de saúde, incluindo uma equipa de sanidade internacional.
Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Administração Interna, ressalvou o "grande esforço nacional" que representou este repatriamento, feito ao abrigo de um mecanismo europeu, com autorização de Bruxelas, após a iniciativa da França, que permitiu trazer os portugueses de volta a casa.
"Esta foi uma das muitas operações que os nossos militares, ao abrigo do interesse público, fazem ao longo do ano", disse o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches.
Tratou-se de uma operação "que foi preparada durante vários dias" e que a ministra classificou como "complexa e sensível", deixando uma agradecimento a todos os profissionais envolvidos, aos que já participaram neste repatriamento e aos que vão acompanhar os repatriados nos próximos dias.