Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde, disse, esta quarta-feira, em Gaia, que os responsáveis pelo surto de legionela no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, devem assumir a sua "responsabilidade" e pagar indemnizações às vítimas.
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Sobre o pagamento das indemnizações, e caso a responsabilidade seja imputada à empresa que cuida das torres de refrigeração no Hospital São Francisco Xavier, o ministro afirmou o seguinte: Não só acho que pode [haver indemnização às vítimas], como acho que deve. Mas não quero antecipar-me aquilo que é o trabalho das autoridades judiciais, das inspeções e do Ministério Público. Estamos em tempo de segredo de justiça. As responsabilidades que forem apuradas, se o forem efetivamente, serão exercidas. Estou certo disso".
O facto de a própria empresa estar pré-disponível para assumir a responsabilidade civil também foi comentado por Adalberto Campos Fernandes: "Vejo isso com naturalidade. Trata-se de um processo normal. E só sublinha que em cima de acontecimentos que lamentamos, e não deviam ter acontecido, prevalece sentido da responsabilidade. Se a empresa manifestou essa disponibilidade, fez muito bem".
O membro do Governo foi ainda confrontado com a declaração do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que diz que não haver um hospital no país que não tenha um aparelho avariado. "Propaganda", respondeu o ministro.
"Não respondo ao senhor bastonário da Ordem dos Médicos, respondo aos portugueses e aos portugueses digo aqui, em Gaia, que estamos a sinalizar uma vaga fortíssima de investimento no Serviço Nacional de Saúde. Os primeiros dois anos da legislatura foram de investimento no capital humano, sempre dissemos que na segunda metade havia que resolver o problema das dívidas e lançar uma vaga fortíssima de investimento: lançamos três hospitais novos, o quarto virá a caminho, estamos a construir 90 centros de saúde. Até 2019 deixaremos o Serviço Nacional de Saúde como nunca esteve. Não prometemos facilidades, mas também não comentamos afirmações que compreendemos no plano da propaganda, mas não servem a nossa obrigação, que é trabalhar para os portugueses".
Acerca da demissão de 13 coordenadores da Região Norte, da Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, DICAD, que estão contra o modelo de gestão, que foi dividido e, segundo os demissionários, está a gerar listas de espera, Adalberto Campos Fernandes afirmou que foi feita uma "avaliação" e que serão tomadas medidas.
"A alteração ao modelo do Instituto da Droga e da Dependência, IDT, foi feita pelo Governo anterior, o Governo atual decidiu que ia fazer uma avaliação e constituir um grupo de trabalho, cujo relatório está na posse do secretário de Estado Adjunto. Atuaremos no tempo adequado, com os estudos adequados, compreendendo as manifestações de desagrado ou agrado. A nós compete-nos tomar boas decisões em cima de bons estudos", adiantou.
O ministro da Saúde esteve esta quarta-feira no Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, onde inaugurou novos equipamentos do Serviço de Cardiologia, avaliados em dois milhões de euros e fruto de uma doação da família Amorim.