Há câmaras municipais que nunca mudaram de partido desde 1976.
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São cada vez menos, mas continuam a resistir municípios liderados pela mesma cor política desde as primeiras eleições autárquicas, realizadas em 1976. Anteontem, a lista voltou a sofrer alguns cortes, com sete câmaras a caírem pela primeira vez para outros partidos. Ainda assim, 17 mantêm-se de uma só força desde há 49 anos.
O partido com mais bastiões é o PSD, com sete: Câmara de Lobos e Calheta (ambos na Região Autónoma da Madeira), Boticas e Valpaços (ambos no distrito de Vila Real), Oleiros (Castelo Branco), Arcos de Valdevez (Viana do Castelo) e Santa Maria da Feira (Aveiro).
O PS, por seu lado, continua com seis autarquias sempre nas suas mãos - Odivelas e Alenquer (ambas em Lisboa), Olhão e Portimão (ambas em Faro), Campo Maior e Gavião (ambas em Portalegre).O PCP aguentou à justa Palmela (27,3% para 26,7% do Chega), em Setúbal. No mesmo distrito, teve vitória mais folgada, embora sem maioria, no Seixal (34,8%), onde o Chega também foi segundo (22,9%). Avis (Portalegre), com 44,9% e Arraiolos (Évora), com 50,6%, também permaneceram comunistas como sucede desde há praticamente meio século.
Quedas históricas
De acordo com os dados oficiais das autárquicas de domingo, houve sete bastiões que deixaram de o ser. Aconteceu com as câmaras socialistas da Lourinhã e de Torres Vedras (distrito de Lisboa) e de Condeixa-a-Nova (Coimbra). As duas primeiras foram conquistadas pelo PSD, enquanto Condeixa foi ganha por uma lista de independentes. Já os sociais-democratas ficarem sem os seus redutos históricos de Mação (Santarém) e Penedono (Viseu), que caíram para o PS.
Finalmente, o PCP viu-se fora das autarquias de Serpa (Beja), arrancada pelo PS, e Santiago do Cacém (Setúbal), por independentes, que assim vão estrear novas caras a governá-las.