BE, sozinho, perde todos os vereadores nas câmaras e passa de 162 eleitos nas freguesias para apenas dois. Mariana Mortágua culpa "viragem à Direita" do país.
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As noites eleitorais começam a ser traumáticas para o Bloco de Esquerda (BE). Se nas legislativas o partido registou o pior resultado e passou a ter apenas uma deputada, anteontem quase desapareceu do mapa autárquico.
Sozinho, sem contar com as coligações, o BE perdeu os quatro vereadores eleitos em 2021, passando de 137 560 votos para 30 629. A perda foi sempre superior a 100 mil votos. Para assembleias municipais, a queda foi de 174 072 para 42 080 votos e de 94 para seis mandatos. Nas freguesias, o partido passou de 162 eleitos para dois.
Mariana Mortágua classificou o resultado de "modesto" e defendeu que ainda assim se pode fazer um balanço "positivo" das muitas coligações feitas pelo país. Ausente na maior parte da campanha por ter participado na flotilha humanitária, a coordenadora do BE atribui a hecatombe à "continuidade do ciclo de viragem à Direita". Os resultados serão analisados pela Mesa Nacional.
CDU resiste
A CDU também voltou a cair: perdeu sete câmaras, incluindo Évora e Setúbal, e deixou de liderar em capitais de distrito. Ainda assim, tal como o secretário-geral, Paulo Raimundo, frisou, "resistiu": passou de 19 para 12 autarquias, sendo quatro novas conquistas, nomeadamente a recuperação do bastião de Montemor-o-Novo, perdido em 2021 para o PS. Nas assembleias municipais, PCP e PEV perderam quase 90 mil votos e 163 mandatos, mas mantiveram 341. E, nas freguesias passaram de 1445 para 1061 eleitos.
Já o Livre, sozinho, não elegeu vereadores, mas conseguiu 12 mandatos em assembleias municipais e 12 eleitos em freguesias, chegando a multiplicar os votos por mais de 10 vezes em relação a 2021.