Ribau Esteves anunciou, esta segunda-feira de manhã, em Aveiro, que não vai ser candidato às eleições diretas do PSD, agendadas para o próximo dia 28 de maio, e defendeu uma "mudança radical" no seio do partido.
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Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, tinha anunciado em fevereiro que ponderava candidatar-se à liderança do Partido Social Democrata (PSD), nas eleições que estão agendadas para 28 de maio. Mas, esta segunda-feira de manhã, convocou uma conferência de imprensa, na sede da concelhia de Aveiro, onde comunicou que a candidatura não vai avançar.
O político social-democrata alegou que "é preciso mais tempo" para se criar "uma alternativa forte dentro do PSD", deixando claro que não será candidato a substituir Rui Rio.
O autarca aveirense adiantou que, para a sua tomada de decisão, teve em consideração três fatores: a avaliação política da situação do PSD, a auscultação de militantes e o "cronograma" do processo, até às eleições diretas do partido.
"Está muito claro que o PSD precisa de uma reforma profunda na sua organização, estrutura territorial e funcionamento. Precisa de uma mudança igualmente profunda na sua imagem e mensagem política, assumindo-se verdadeiramente como um partido popular e social democrata", sublinhou Ribau Esteves.
O autarca acusou também o PSD de, atualmente, ter "uma atitude de cuidar do seu próprio estado, num jogo de interesses que apenas interessa a alguns, mas não ao futuro do partido nem, muito menos, ao futuro de Portugal".
Como motivo para não avançar com a candidatura prevista, Ribau Esteves alegou, ainda, que não conseguiu "estruturar uma equipa de combate para ganhar as eleições diretas".
"Não me interessam disputas para marcar posição e para ser notícia", esclareceu, frisando, ainda, que não vai apoiar a candidatura de Luís Montenegro, o único candidato que já assumiu, oficialmente, que vai lutar pela liderança do partido. Aliás, o autarca de Aveiro acusou mesmo Montenegro de representar "o passado do PSD, passado esse que continua a lutar de forma sôfrega e lamentável por condicionar o futuro do partido".
Sem esclarecer o que ambiciona para o seu futuro no PSD, Ribau Esteves garantiu, apenas, que vai continuar "na luta ativa por um partido renovado, reformista - começando por si próprio - e profundamente arriscado a desenhar um futuro diferente". Defendeu, ainda, o que apelida de uma "mudança radical", para a qual é necessário um "debate profundo", que "ninguém se disponibilizou a fazer".
"Se continuar a querer ir buscar o militante A, que quer ir outra vez para o Parlamento Europeu, e o militante B, que não conseguiu ser agora ministro das Finanças e quer tentar ser da próxima vez, seguramente o PSD vai continuar a seguir por um mau caminho", vaticinou Ribau Esteves.