O líder do PSD afirmou esta quinta-feira que o mês de junho servirá para o país encontrar forma de enfrentar uma eventual segunda vaga da pandemia no Inverno sem que tenha de se voltar a "fechar tudo". Rui Rio voltou a expressar apoio ao Governo nesta matéria, mas disse haver uma "divergência" quanto à continuidade de Mário Centeno na pasta das Finanças.
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À saída da reunião com o primeiro-ministro, em São Bento, na qual foi debatida a resposta do Governo à covid-19, Rio avisou que "não podemos encerrar a economia da mesma forma que fizemos em abril, porque a economia não aguenta."
Dessa forma, prosseguiu o líder da Oposição, os meses de junho e julho servirão "para aprendermos como fazer no caso de termos uma segunda onda, em que vamos de ter de fechar alguma coisa mas não podemos fechar tudo".
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Considerando que existe "uma probabilidade muito razoável" de haver uma segunda vaga da pandemia no fim do ano, Rui Rio disse que o país tem de "aprender a lidar com a situação" durante o Verão, de modo a preparar a "capacidade de resposta" ao vírus.
O presidente do PSD também voltou a mostrar estar ao lado do Governo no combate à pandemia, referindo que, por muito que possa haver divergências "num ponto ou outro", "não vejo que a estratégia possa ser outra que não seja esta".
Rio revelou ainda que o apoio às famílias com filhos em creches se vai manter pelo menos até ao final de maio.
"Temos uma divergência" quanto a Centeno, insiste Rio
Horas antes de reunir com António Costa, Rui Rio insistiu no Twitter que Mário Centeno deixou de ter condições para se manter como ministro das Finanças, argumentando que isso só acontece porque a força deste no Governo "é superior à do primeiro-ministro".
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À saída de São Bento, Rio disse que seria "completamente deselegante" abordar o assunto na residência oficial do primeiro-ministro, embora tenha reiterado que, nessa matéria, "a postura [do PSD] é de oposição" face à decisão de Costa em manter Centeno. "Temos uma divergência" nesse ponto, acrescentou.
O líder social-democrata garantiu que esse assunto não foi abordado na reunião, mas foi mais evasivo quando lhe perguntaram se já alguma vez discutiu a sucessão de Carlos Costa no Banco de Portugal: "Hoje não foi [tratado]", limitou-se Rio a dizer, em referência ao cargo que poderá vir a ser ocupado por Centeno.