O presidente do PSD pediu ao Governo que estabeleça um número de novos infetados que, uma vez atingido, permita dar início ao desconfinamento. Rui Rio também disse ser necessário "planear" o regresso às aulas presenciais e levantou a hipótese de se fazer uma reabertura do país "por regiões".
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"Deve dizer-se que número de novos casos temos de atingir para começarmos a desconfinar", afirmou o social-democrata, após uma audiência com o presidente da República, por videoconferência. "Se esse número é [o país ficar] uma semana seguida abaixo dos 1000, 600 ou 500 casos, isso serão os técnicos a aconselhar", acrescentou.
"Não concebo estar numa situação destas e não ter objetivos definidos, para saber para onde estou a caminhar", afirmou Rui Rio, considerando existirem dados suficientes para se projetar a reabertura do país.
Na opinião do líder do PSD, o importante não é dizer "se desconfinamos daqui a uma semana, duas ou um mês. O que interessa é em que circunstância desconfinamos. Para isso, devem ser esclarecidos os objetivos do número de novos casos, de internados, de internados em cuidados intensivos e o valor do R(t)", explicou.
Regiões menos preocupantes não devem ser "penalizadas"
Caso a atual melhoria a nível de novos casos não se consolide, Rio admite um "desconfinamento por regiões", que poderia ocorrer a nível distrital ou concelhio. O social-democrata sustentou que algumas zonas do país "têm números muito mais baixos do que outras" e que, nesse sentido, não devem continuar a ser "penalizadas".
Sobre as escolas, Rio afirmou que é necessário o Governo "planear" a melhor forma de proceder ao regresso às aulas presenciais. Essa reabertura deverá, em princípio, ser feita "por etapas: primeiro até ao 6.º ano e, depois, os mais velhos", projetou.
O líder laranja também criticou o Governo por "notoriamente" não estar a preparar "uma capacidade acrescida de testagem". "No momento em que desconfinarmos com valores baixos temos de começar a testar, para que eles não voltem a disparar", defendeu.
A este respeito, Rio lembrou que o número de testes realizados "tem baixado", considerando que "ficamos sem saber" em que medida a melhoria dos números se deve também a isso.