Rocha diz que Montenegro "se aproximou do fim de linha". IL "tranquila" com qualquer solução
O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, considerou esta segunda-feira que o primeiro-ministro “se aproximou do fim de linha”, acrescentando que Luís Montenegro sai “muito fragilizado” da polémica envolvendo o universo da empresa familiar Spinumviva.
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“O primeiro-ministro sai desta situação muito fragilizado. Sai como uma pessoa que não prestou esclarecimentos no momento certo, que os prestou sempre a reboque das circunstâncias, que tomou as decisões pelo mínimo sempre e, portanto, em nenhum dos momentos chave deste processo tomou uma decisão que tranquilizasse os portugueses”, declarou Rui Rocha, após dar uma aula de literacia financeira no Campus da Universidade do Minho, em Guimarães, distrito de Braga.
Questionado pelos jornalistas se é o fim de linha para Luís Montenegro, o líder da IL respondeu: “creio que se aproximou dela e que saiu desta situação muito mais fragilizado”.
Sobre o alegado afastamento e silêncios entre São Bento e Belém, Rui Rocha entende que “todos têm significado”.
“Creio que é mais uma consequência da situação em que o primeiro-ministro se colocou a si próprio. Não dou um especial valor, preocupa-me neste momento mais a desilusão e a frustração que os portugueses que confiaram neste primeiro-ministro poderão ter perante esta situação em que o primeiro-ministro se colocou”, afirmou o presidente da IL.
Questionado sobre notícias segundo as quais Luís Montenegro não informou previamente Marcelo Rebelo de Sousa da comunicação que fez ao país, no sábado, Rui Rocha diz que é sinal de que não existe uma relação de confiança entre o primeiro-ministro e o Presidente da República.
“Se houvesse uma relação transparente entre as instituições, provavelmente essa comunicação poderia ter acontecido. Se não aconteceu, significa que não há um clima de confiança entre o Presidente da República e o primeiro-ministro. Visto como cidadão e agente político, parece-me evidente que entre o primeiro-ministro e o Presidente da República não há neste momento uma relação de confiança total”, referiu o líder da IL.
Sobre se considera ser o momento de mudar, Rui Rocha lembrou que o país teve eleições “há menos de um ano”, com os portugueses a dizerem nas urnas que “queriam mudar” e ressalvou que o partido "está tranquilo" com qualquer solução.
“Aquilo que posso dizer da parte da Incitativa Liberal é que estamos muito tranquilos com qualquer solução que esta crise possa levar, entendemos que o país precisa de estabilidade, mas não estamos também por uma estabilidade a todo o preço, que contamina as instituições”, avisou o presidente da IL.
O presidente da Iniciativa Liberal adiantou que o partido não votará favoravelmente a moção de censura do PCP ao Governo, por divergências políticas, mas recusou-se a dizer se vai optar pelo voto contra ou pela abstenção.
“As razões fundamentais que o PCP apresenta não são aquelas que a Iniciativa Liberal subscreve. Não vou comunicar o sentido de voto, mas tenho uma certeza - porque quero discutir isso com o grupo parlamentar nas próximas horas -, seguramente que não votaremos a favor desta moção de censura, isso é um dado objetivo face ao conteúdo e face à divergência total que temos dessa fundamentação”, disse Rui Rocha.