Rui Rocha vai recandidatar-se à liderança da Iniciativa Liberal, anunciou esta segunda-feira o próprio, garantindo que tem "a energia necessária" para fazer do partido "uma solução de coragem, de mudança e de governação".
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"Sou candidato. Eu assumi há dois anos, precisamente por esta altura, um compromisso com os membros da IL de me apresentar a dois mandatos", anunciou Rui Rocha em entrevista à SIC Notícias.
Além deste compromisso para com os membros da IL, Rui Rocha afirmou também que decidiu avançar com a recandidatura pela "necessidade de desenvolver uma solução política que traga mudança efetiva a Portugal".
"São estes dois grandes motores para me apresentar a um novo mandato a líder da IL", disse.
Rui Rocha salientou que, durante o seu mandato, a IL conseguiu eleger pela primeira vez para o parlamento regional da Madeira, dos Açores e para o Parlamento Europeu, além de manter a representação no parlamento.
"O projeto agora e o desígnio fundamental para este mandato é a reforma do Estado. Manter todas as bandeiras que temos na IL - crescimento económico, a descida de impostos e uma visão para a energia e o ambiente -, mas sobretudo reforma do Estado e da administração pública", referiu.
Questionado sobre como é que a sua candidatura se distingue da que provavelmente virá do movimento "Unidos pelo Liberalismo", até há pouco liderado por Tiago Mayan Gonçalves, Rui Rocha disse ainda não conhecer os contornos dessa candidatura.
"O que eu posso dizer é que eu tenho a energia necessária para fazer da IL uma solução de coragem, uma solução de mudança e uma solução de governação", afirmou, frisando que defende que, nas próximas eleições, a Iniciativa Liberal "deve apresentar-se uma vez mais no seu modo natural".
"E o seu modo natural é com as suas propostas e os seus candidatos", afirmou.
Questionado se isso também inclui as autárquicas, Rocha respondeu que qualquer coligação que a IL integre nessas eleições será "uma exceção" e terá de cumprir "três critérios fundamentais".
"Primeiro, essa proposta [de coligação] tem de ser credível e da confiança das pessoas. Segundo, tem de ser uma coligação para vencer e, em terceiro lugar, tem de implicar uma mudança concreta, no sentido liberalizante e de melhorar a vida das pessoas", disse.
Interrogado especificamente sobre uma coligação em Lisboa com Carlos Moedas, Rui Rocha considerou que o atual autarca de Lisboa "fica muito aquém da mudança que seria necessário trazer", mas rejeitou descartar já essa eventualidade, salientando que o que vai definir eventuais acordos "não é tanto uma questão de nome, mas de abordagem e de política".
Já sobre as presidenciais, o atual líder da IL disse que, até ao momento, nenhum dos eventuais candidatos que têm sido apontados, incluindo Paulo Portas, cumprem um requisito essencial para o partido: representar "as ideias liberais".
"O que quer dizer, portanto, que há duas opções para a IL: ou apoiar um candidato que ainda não tenha aparecido, mas que cumpra este requisito de representação das ideias liberais, ou então apresentar e defender uma candidatura de um membro da IL", disse.
Rocha é assim o primeiro candidato declarado à liderança da IL nas eleições internas que se vão disputar na próxima Convenção Nacional do partido, em 01 e 02 de fevereiro, uma vez que o ex-candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves - que já tinha anunciado a candidatura - desistiu da corrida depois de ter sido revelado que falsificou assinaturas enquanto presidente de uma junta de freguesia no distrito do Porto.
Após essa desistência, o movimento "Unidos pelo Liberalismo" anunciou que iria realizar primárias para escolher um novo candidato para a liderança, que decorreram hoje e cujo resultado será anunciado esta terça-feira.
Rui Rocha assumiu a liderança da IL em janeiro de 2023, após ter sido eleito na Convenção Nacional do partido com 51,7% dos votos, derrotando Carla Castro, que ficou com 44%, e José Cardoso, que obteve 4,3%.