Rui Rocha garante que ação junto a mesa de voto não era "fazer sinalização partidária"
O presidente da Iniciativa Liberal garantiu, este domingo, que o objetivo da ação junto a uma mesa de voto em Faro, que foi alterada devido a uma queixa na Comissão Nacional de Eleições (CNE), não era para "fazer sinalização partidária".
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"O objetivo daquela ação não era fazer nenhum tipo de sinalização partidária, mas apelar ao voto", assumiu Rui Rocha depois de votar antecipadamente numa escola em Almada, distrito de Setúbal.
O líder liberal falava da queixa de que a IL foi alvo na Comissão Nacional de Eleições por "propaganda eleitoral" junto a uma mesa de voto em Faro, em dia de voto antecipado, tendo o partido alterado o local da ação.
Apesar da insistência dos jornalistas, Rui Rocha insistiu que o objetivo daquela ação de campanha era apenas o de apelar ao voto.
"Aliás, a Iniciativa Liberal ao longo desta campanha tem feito sempre questão de apelar ao voto dos portugueses e salientar a importância da participação democrática nestas eleições", sublinhou.
O presidente da IL ressalvou que o partido tem usado cartazes e materiais em que apela ao voto e "praticamente nem utiliza nenhuma identificação do partido".
E acrescentou: "Hoje o que aconteceu é que essa ação tinha como objetivo precisamente, mais uma vez, fazer um apelo ao voto".
Rui Rocha explicou que quando foram alertados para o facto de estarem pessoas com elementos identificativos da IL junto daquela mesa de voto "retiraram logo algum tipo de identificação".
"Cá estamos para discutir com a Comissão Nacional de Eleições o âmbito dessa matéria", vincou.
A IL vai analisar a queixa para, depois, manifestar a sua posição, sublinhou.
Dizendo que "não havia nenhuma necessidade" deste episódio, Rui Rocha admitiu que poderá ter havido "alguma falta de comunicação e de coordenação".
Iniciativa Liberal desvaloriza polémica sobre consultora privada
O presidente da IL considerou a polémica sobre a consultora privada envolvida no plano de emergência para a saúde uma "questão menor" e uma forma do secretário-geral do PS "retomar a agenda que tem perdido". "Eu penso que isso é mesmo uma questão menor. Parece-me que Pedro Nuno Santos [secretário-geral do PS] está a tentar arranjar aqui um motivo qualquer para retomar uma agenda que tem perdido e uma liderança que tem perdido nesta campanha eleitoral", afirmou Rui Rocha.
Durante um lanche com a comunidade ucraniana no parque da Paz em Almada, no distrito de Setúbal, onde esteve a acompanhar o candidato da IL às eleições europeias, João Cotrim de Figueiredo, Rui Rocha foi questionado sobre a polémica entre o PS e o Governo PSD relativamente à contratação de uma consultora privada para a elaboração do plano de emergência para a saúde anunciado na semana passada.
O líder liberal referiu que o que o preocupa é o plano de saúde em si e não propriamente se foi paga uma determinada importância a uma consultora para organizar informação.
Desvalorizando a questão, Rui Rocha frisou que o Governo PS recorreu várias vezes a entidades privadas para organizar informação e preparar dossiês e projetos. "O plano é que me parece francamente insuficiente, eu acho que essa é a crítica que vale a pena fazer", disse.
Segundo Rui Rocha, o plano de saúde "não vai resolver as questões fundamentais do acesso à saúde dos portugueses porque pressupõe uma coisa que está errada que é só recorrer aos privados e ao setor social quando o Serviço Nacional de Saúde (SNS) falha".
Na sua opinião, isso poderia fazer algum sentido "num cenário em que o SNS funciona bem normalmente e falha por exceção", mas o SNS "não está a funcionar bem".
E acrescentou: "Dizer aos portugueses que só podem recorrer a outros prestadores privados ou sociais quando o SNS falha é condenar centenas de milhares de portugueses a um acesso limitado à saúde ou dizer-lhes que vão ter de estar em sofrimento até chegar à conclusão que o SNS falhou".
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu hoje que a questão colocada pelo secretário-geral do PS sobre a eventual utilização de uma consultora privada no plano estratégico para a saúde não tem "pés nem cabeça".
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, questionou no sábado o Governo sobre se alguma empresa privada na área da consultoria esteve envolvida na elaboração do plano de emergência para a saúde, como foi contratada e a que informação do SNS teve acesso.