Academias Gulbenkian do Conhecimento chegaram a 54 mil crianças e jovens.
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As 100 Academias Gulbenkian do Conhecimento permitiram desde 2018 que cerca de 54 mil crianças e jovens desenvolvessem competências socioemocionais, que se revelaram particularmente importantes durante a pandemia. O balanço é apresentado hoje, mas muitos dos projetos vão ter continuidade.
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O maior crescimento deu-se na autorregulação e na comunicação, uma evolução reconhecida tanto por alunos como pelos seus pais e professores. Os educandos dizem também que estão mais criativos e com maior capacidade de resolução de problemas. Já os pais notaram que estão mais resilientes.
"Lançamos isto a pensar num futuro longínquo", mas surgiu a pandemia de covid-19, que acelerou a perceção da importância das competências sócio emocionais, adiantou Pedro Cunha, diretor do Programa Gulbenkian do Conhecimento. "Todos fomos forçados a compreender que, para além das competências académicas, que são essenciais, há outras que são muitíssimo importantes. A pandemia mostrou-nos isso. A capacidade de reconhecer e gerir as emoções e a capacidade de, perante adversidades e incertezas, nos ajustarmos e funcionarmos, são essenciais".
Dos 100 projetos, desenvolvidos através de associações, autarquias e outras entidades, "muitos vão ter continuidade" e, em breve, serão também formados professores e psicólogos nestes domínios, acrescenta Pedro Cunha.
Especialistas conhecem academias
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Esta quarta-feira, um grupo de especialistas foi conhecer algumas das academias. Aaliyah Samuel, presidente da CASEL (uma organização norte americana para o ensino académico, social e emocional), assegura que as competências socio-emocionais se têm vindo a tornar "uma prioridade global". "Agora, mais do que nunca, estamos a ver que estas competências são boas. Temos empresas a dizer que precisam de pessoas que saibam trabalhar de forma colaborativa, em equipa, que tomem decisões, e nem sempre é fácil conseguirem. Saber gerir a ansiedade e stress, entre outros aspetos, é fundamental em cada fase da vida", acrescenta.
Mark Greenberg, da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, diz que viu um "verdadeiro desejo das escolas portuguesas inovarem e ajudarem as crianças a desenvolverem-se na totalidade. Não apenas na parte académica, mas também nas emoções e capacidade de se exprimirem".