As salas do bloco operatório do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) estão encerradas, com exceção da sala de urgência, na sequência da greve dos médicos.
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Os médicos iniciaram, esta terça-feira, uma greve nacional de três dias para forçar o Governo a apresentar uma proposta concreta de revisão da grelha salarial, que o ministro da Saúde prometeu na segunda-feira enviar aos sindicatos. Convocada pelo SIM, a paralisação decorre em simultâneo com uma greve dos médicos de família ao trabalho extraordinário, iniciada na segunda-feira e que terá a duração de um mês.
Em Coimbra, esta manhã desta terça-feira, alguns utentes viram as suas cirurgias adiadas. Foi o caso de Margarida Simões, que ia ser operada ao pulmão.
“Já estava de bata na parte da preparação da cirurgia quando me disseram que não ia ser operada. Terei de voltar a 31 de julho”, contou ao JN. A utente afirma compreender a greve dos médicos. “Toda a gente tem o direito a fazer greve”, conta.
Segundo o secretário regional do Centro do Sindicato Independente dos Médicos, José Carlos Almeida, só a sala de bloco operatório de urgências está a funcionar.
“Aplica-se o que costuma acontecer aos domingos, feriados e noites, só há cirurgias urgentes. Pelo que me foi relatado, houve uma cirurgia esta terça-feira, de um caso neurocirúrgico”, aponta.
O dirigente sindical afirma ainda ser cedo para ter números da adesão à greve, mas espera que ronde os 90%.
“O descontentamento passa por questões da grelha salarial, da carreira, um bolo de problemas que se tem vindo a acumular ao longo dos anos. Se no período da troika e da pandemia podemos compreender a situação, isso já passou. Na troika negociámos um contrato coletivo de trabalho com ganhos para os médicos. Agora não o conseguimos fazer”, descreve José Carlos Almeida.