Cinco indianos asseguraram safra do sal em Rio Maior. Figueira da Foz dá cursos para assegurar conhecimento e atrair empreendedores.
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Se não fossem os cinco trabalhadores indianos que, este verão, trabalharam nas salinas de Rio Maior, muitas teriam ficado paradas. Já no ano passado, "dois ou três indianos" haviam completado a mão de obra necessária. E, antes disso, haviam sido "trabalhadores da Moldávia". O relato é de José Casimiro, presidente da Cooperativa de Produtores de Sal de Rio Maior.
"No início do ano, vimos isto complicado", admite. Mas a divulgação de que era precisa mão de obra e a oferta de "salários estáveis", atraiu "vários indianos que andavam noutras atividades".
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Este ano trabalharam nas salinas de Rio Maior oito pessoas: três portugueses e cinco indianos. Os estrangeiros "aprenderam rapidamente" e trabalharam "bem", por isso "deverão regressar" na próxima safra, diz Casimiro.
Só 3 em 18 terminaram curso
Na Figueira da Foz, onde a comunidade de marnotos que trabalha as 30 de salinas está "envelhecida, a associação Figueira Sal tem apostado na formação. A ideia é "transmitir conhecimento" sobre a produção e alargar horizontes quanto à forma de tirar rendimento do território, somando novos produtos e serviços, como a salicórnia e visitas turísticas, contou o presidente, Pedro Oliveira.
Neste mês, termina o primeiro curso, de equivalência ao 9.º ano, para formar novos marnotos e empreendedores do salgado, mas dos 18 iniciais, apenas três chegaram ao fim e serão incorporados nas salinas. O curso resulta de uma parceria da associação com a Câmara, laboratório MareFoz da Universidade de Coimbra e Instituto de Emprego e Formação Profissional. Em breve irá avançar outro curso.
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A ajudar à "renovação" do salgado da Figueira, existem cinco empreendedores a explorar salinas que herdaram, a tempo inteiro ou como atividade extra.
Em Castro Marim, onde as marinhas têm sido recuperadas (em 2000 havia duas e, este ano, foram 17), a mão de obra é uma preocupação. Por enquanto, é suficientes mas, "à medida que se recuperam marinhas, é preciso mais pessoas para trabalhar" e "não aparecem interessados em aprender a arte", lamentou Luís Horta Correia, da cooperativa local.
Em Aveiro, também "não há" quem queira seguir a profissão, contou o marnoto João Ruivo, 65 anos. Assim, lamenta, "qualquer dia a produção de sal acaba".