O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou "uma precipitação" que PCP e BE tenham concluído que, por existir uma maioria absoluta, o Governo e o PS tenham prescindido dos diálogos à Esquerda. Augusto Santos Silva fez votos de que essas convergências possam voltar a existir em breve, quando for discutida a Agenda para o Trabalho Digno.
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"Não há, da nossa parte, nenhuma intenção de quebrar as pontes de diálogo que foram sendo construídas ao longo dos anos", afirmou o governante, esta quarta-feira, em entrevista à SIC Notícias.
Santos Silva exemplificou com a Agenda para o Trabalho Digno, que deverá ser um dos primeiros temas discutidos pelo novo Parlamento. Considerando natural que não haja convergência com o Chega e a IL nessa matéria, uma vez que o assunto "não lhes diz nada", questionou, referindo-se ao PS e à Esquerda: "Por que é que não hão-de se unir sobre isto?". Abriu, contudo, o diálogo a todos os social-democratas, citando o PSD e a IL.
Ainda assim, o ministro referiu que o PS só tem maioria absoluta porque o país foi para eleições antecipadas, imputando essa responsabilidade a PCP e BE. Nesse sentido, disse ter visto com "estupefação" a "cambalhota" dada pelos bloquistas ao votarem contra o Orçamento de 2021, situação repetida por esse partido e pelo PCP para o de 2022.
Apontado como um dos possíveis nomes para presidir à Assembleia da República, Santos Silva recusou responder. "Nem sequer estou eleito", afirmou, referindo-se ao facto de ser candidato pelo círculo de Fora da Europa e de esses votos ainda estarem a ser contabilizados.