Melhorar os apoios aos cuidadores e alargar a rede de cuidados são as soluções sugeridas pelo presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), para dar resposta ao número de internamentos sociais inapropriados. Xavier Barreto afirma que estas respostas não têm que "cair" sobre as famílias.
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De acordo com o 7.º Barómetro de Internamentos Sociais, uma iniciativa da APAH, a 20 de março deste ano, havia 1675 pessoas internadas nos hospitais portugueses sem necessidade: ou porque não tinham respostas na rede de cuidados continuados e nos lares ou porque não tinham retaguarda familiar.
"Estes doentes representam 10% das camas ocupadas", afirmou, esta quarta-feira, Xavier Barreto durante a Comissão da Saúde, no Parlamento. Para o presidente da APAH, numa população tão envelhecida é preciso repensar o modelo de respostas sociais, como o alargamento da rede de cuidados.
Sugere, ainda, mais apoios para os cuidadores e famílias, para que possam receber as pessoas em casa e tanham mais condições para cuidar. Xavier Barreto afirma que a responsabilidade não pode ser das famílias, que muitas das vezes têm de escolher entre trabalhar e cuidar.
Para o presidente da APAH é fundamental rever o estatuto do cuidador, uma vez que não é atribuído a pessoas que auferem algum tipo de rendimento. Além disso, explica que "o cuidador é prejudicado na carreira contributiva e que mais tarde será prejudicado na reforma".
O aumento de internamentos inapropriados aumentou, assim como aumentou o tempo em que estas pessoas ficam nos hospitais, o que significa que as unidades de saúde têm cada vez mais dificuldade em encontrar respostas para estas pessoas.
Xavier Barreto explica que estes internamentos, além de afetarem o próprio doente, que fica mais exposto a novas infeções, prejudica todo o fluxo do hospital e, por vezes, leva a sobrelotação do serviço de urgência.