Secretário de Estado do Ambiente diz que não vai faltar água em Trás-os-Montes

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O secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires, garantiu, esta segunda-feira, em Alfândega da Fé, "que este ano não vai faltar água", em Trás-os-Montes.
"Este ano temos mais água do que no ano passado", mas, mesmo assim, "não é por isso que não temos de nos preocupar", frisou lembrando que este ano "o mês de abril foi um dos mais quentes de sempre", explicou no lançamento do Plano Regional de Eficiência Hídrica para Trás-os-Montes e Alto Douro.
O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, referiu que a situação na região este ano não é tão grave como em 2022. "No ano passado estávamos aflitos, com barragens que asseguravam apenas dois ou três meses de abastecimento público, como sucedeu com a barragem de Fontelonga, em Carrazeda de Ansiães, Sambade, em Alfândega da Fé, e Vila Chã, para Alijó. As chuvas de janeiro e fevereiro deram maior tranquilidade a esta região", afirmou Pimenta Machado.
O secretário de Estado da Agricultura garantiu que já estão a fazer o acompanhamento climático da região Norte, para a tutela se poder pronunciar sobre o pedido de declaração de seca regional, que os agricultores e produtores do Plano Mirandês reivindicaram na passada sexta-feira. "Já o fizemos no sul do país, porque cumpriram todos os critérios normativos para que a seca possa ser declarada em termos climáticos e agora estamos a fazer o acompanhamento para o Norte. Assim que for possível será feito, e serão determinadas as medidas necessárias para que os agricultores da região possam ser apoiados para minimizar os impactos desta questão climática", referiu Gonçalo Rodrigues, que participou no lançamento do Plano Regional de Eficiência Hídrica para Trás-os-Montes e Alto Douro, que teve lugar em Alfândega da Fé.
Para a declaração de seca ser declarada é preciso aguardar dois meses e confirmar a seca regional continua. "É o Instituto Português do Mar e da Atmosfera que está a fazer essa observação e, assim, que for emitida a seca climática podemos fazer a declaração de seca", frisou o secretário de Estado dando conta que se trata de uma norma europeia. "Temos que fazer este compasso de espera, porque é uma norma europeia, mas assim que for possível teremos a declaração de seca no Norte", acrescentou.
Numa altura em que cerca de 40 por cento do território já está em seca severa foi lançando o Plano Regional de Eficiência Hídrica para Trás-os-Montes e Alto Douro, para "ver quais as necessidades da região, hoje e no futuro, no que respeita à água", explicou o secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires, que participou numa reunião em Alfândega da Fé com autarcas dos distritos de Bragança e de Vila Real, onde esteve ainda o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado.
Segundo o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, o plano de eficiência hídrica tem três objetivos: "apostar na eficiência, na gestão da procura, usar melhor a água, porque há perdas em vários municípios de mais de 50%, e olhar para novas fontes de água, fazer a interligação de barragens, para as tornar mais resilientes, apostar na reutilização de águas residuais para lavagens de equipamentos urbanos e regas".
As câmaras municipais têm representantes nos grupos de trabalho para criar soluções mais resilientes para este território. "Estamos a falar de um plano de regadio, novas charcas, agregações de sistemas para abastecimento de água para agricultura e para consumo humano, as redes de distribuição em baixa e alta, para que as pessoas que aqui vivem estejam seguras de que aqui haverá água para a agricultura, para a industrial e para o seu consumo", adiantou Hugo Pires.
O secretário de Estado da Agricultura disse que se vai fazer um trabalho para evidenciar quais os projetos de investimento necessários para a região. Por exemplo, no concelho de Bragança, o município aguarda há cinco anos a aprovação de financiamento de três barragens para regadio. Em Alfândega da Fé aguardaram a conclusão da última fase da barragem da Burga.
A APA entregou um camião-cisterna aos Bombeiros Voluntários de Alfândega da Fé, no valor de 65 mil euros. "A máquina está preparada. Se o verão vier mais quente e não houver armazenamento suficiente daquilo que são os reservatórios individuais este camião fará o transporte de água para as populações", explicou o secretário de estado da Agricultura.
