Enquanto milhares de imigrantes esperam meses por uma vaga no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), há outros que pagam a terceiros para conseguir um agendamento com maior brevidade. Uns acabam realmente por usufruir do serviço que lhes é vendido, cujos contornos ainda não são claros. Mas outros pagam por agendamentos fictícios, acabando burlados.
Corpo do artigo
As notícias que apontam várias suspeitas sobre o sistema de agendamentos vieram a público nos últimos dias. O SEF informou que já foram abertos inquéritos internos e que as várias queixas foram comunicadas ao Ministério Público.
Vendem vagas por 50 euros
"O SEF comunicou ao Ministério Público várias queixas e denúncias com suspeitas sobre o sistema de agendamentos, algumas referentes a eventuais burlas, em que são vendidos agendamentos fictícios", confirmou o SEF ao JN, adiantando que as alegadas burlas serão "perpetradas por pessoas que, recorrendo ao logro, aproveitam para daí obterem rendimentos ilícitos". A situação foi também confirmada pelo Ministério da Administração Interna. Por delegação de competências do MP, alguns dos inquéritos já estão a correr no próprio SEF.
Em grupos informais do Facebook, destinados a esclarecer dúvidas sobre imigração, há vários relatos de imigrantes que fazem milhares de chamadas por dia para o SEF, na tentativa de agendar uma vaga para regularizar a sua situação no país, utilizando aplicações de telemóvel que permitem remarcações automáticas. Ao mesmo tempo, há anúncios de particulares que cobram valores a rondar os 50 euros e que garantem que arranjam vagas no dia.