A inspetora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) Ana Vieira afirmou, esta segunda-feira à tarde, que se está a assistir a "uma nova realidade". "Nunca vi um volume de passageiros como este", esclareceu em conferência de Imprensa.
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Depois de se ter verificado grandes filas e elevados tempos de espera (que ultrapassaram as três horas) nos postos do SEF, este domingo, no aeroporto de Lisboa, Ana Vieira aponta que foram controlados 26 mil passageiros a 12 de junho.
A inspetora do SEF avança que se registou um "afluxo na área de chegadas" no domingo, lembrando que o trabalho do serviço não se cinge apenas às chegadas, mas também ao "controlo das partidas" e aos de "segunda linha", para os passageiros que não cumprem os requisitos na "primeira linha" e têm de ser entrevistados, por exemplo.
Durante esta segunda-feira, ainda antes da conferência de Imprensa, o SEF defendia em comunicado que "não foi possível ao serviço preencher, temporariamente, as posições adequadas ao elevado fluxo de passageiros" no domingo. O pico de passageiros, revela o serviço, provenientes de cerca de três mil de voos, provocou "demoras acentuadas".
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Foi "necessário reforçar a segunda linha com inspetores, em detrimento dessas posições, face ao muito elevado número de passageiros intercetados no controlo da primeira linha e que aguardavam entrevista para elaboração de relatórios de ocorrência e decisão sobre a entrada ou a recusa no país", explica o SEF em comunicado.
"Neste momento, está em marcha um plano de contingência", que atingirá o pleno a 4 de julho, com o reforço de 102 elementos no aeroporto de Lisboa, 49 no aeroporto do Porto e 45 no aeroporto de Faro, acrescentou Ana Vieira aos jornalistas, na tarde desta segunda-feira.
A inspetora do SEF disse estar ainda previsto o alargamento das e-gates , que consiste no sistema automático de reconhecimento e controlo, a passageiros do Canadá e dos Estados Unidos. "Para retirar a pressão do controlo das chegadas", justificou.
O balanço do SEF desta segunda-feira dá conta de cerca de 11 mil passageiros controlados entre as 5 horas e as 14 horas. Ana Vieira garantiu que as 16 posições do SEF estiveram todas operacionais e, mesmo assim, foram registados períodos de espera de duas horas, acrescentou.
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Contudo, a inspetora admite que, durante o período de almoço, entre "13 a 16 posições" estavam a funcionar. "Não depende só do SEF, a infraestrutura aeroportuária não permite mais", defendeu. A eficácia do plano de contingência, apresentado pelo Ministério da Administração Interna para os meses de verão, só poderá ser avaliada "à medida que o tempo for passando", refere a inspetora.