Seguro critica quem aproveita o 25 de Novembro "para ser contra o 25 de Abril"

O candidato presidencial António José Seguro
Foto: José Coelho/Lusa
O candidato presidencial António José Seguro considerou, esta quarta-feira, que as comemorações do 25 de Novembro "não podem ser colocadas ao mesmo nível" das da Revolução dos Cravos, criticando quem aproveita a data "para ser contra o 25 de Abril".
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"O 25 de Novembro merece ser comemorado. Agora, não pode ser colocado ao mesmo nível daquilo que são as comemorações do 25 de Abril. E muito menos ser aproveitado por algumas pessoas para ser contra o 25 de Abril", disse, após ser questionado sobre a comissão criada pelo Governo para comemorar o 50.º aniversário do 25 de Novembro de 1975.
O candidato a presidente da República falava aos jornalistas à margem da sessão de lançamento do livro "O 25 de Novembro" - Memórias de um Capitão de Abril (Âncora Editora), de Vasco Lourenço, que decorreu esta tarde na sede da Associação 25 de Abril, em Lisboa.
António José Seguro sublinhou o 25 de Abril de 1974 como "ato fundacional" que "inaugura a liberdade e a democracia" e pediu que se "encontrem datas e comemorações que nos unem como povo e como nação".
"É para isso que eu me candidato à Presidência da República. É para unir e não para dividir, porque já há extremismos e divisões a mais", acrescentou.
Questionado sobre se as suas palavras podem ser interpretadas como uma crítica ao Governo, Seguro frisou a importância de cuidar da democracia, não a dando "como adquirida, considerando que uma das formas de o fazer é "não aproveitar o espaço das candidaturas presidenciais para andar a dizer mal um dos outros".
Os acontecimentos do 25 de Novembro, em que forças militares antagónicas se defrontaram no terreno e venceu a chamada ala moderada do Movimento das Forças Armadas (MFA), e sobre os quais não há uma versão consensual, marcaram o fim do chamado Período Revolucionário em Curso (PREC).
A 28 de agosto, o Conselho de Ministros aprovou a criação de uma comissão para promover e organizar as celebrações do 50.º aniversário da operação militar do 25 de Novembro de 1975, que será constituída por nove elementos, entre os quais um presidente designado pelo Ministério da Defesa e três vice-presidentes designados pelo presidente da Assembleia da República depois de ouvidos os partidos com assento parlamentar.
Questionado sobre a troca de críticas entre os também candidatos presidenciais Henrique Gouveia e Melo e Luís Marques Mendes, Seguro afirmou que "os portugueses estão fartos dessa forma de fazer política" e "querem políticos que lhes apresentem propostas e soluções" para resolver os seus problemas.
Instado a falar sobre a situação na saúde, Seguro reiterou a necessidade de o país "passar das palavras aos atos", porque "já é tarde" e os "portugueses estão com grandes dificuldades de acesso a cuidados de saúde".
"Eu defini que caso venha a ser eleito presidente da República será no primeiro ano que me dedicarei, envolvendo todos aqueles que são os partidos políticos, o Governo, o parlamento, os atores da área da saúde, para que se encontrem soluções que promovam o acesso a tempo e horas dos portugueses aos cuidados de saúde", afirmou.
