Jerónimo de Sousa posicionou-se, uma vez mais, ao lado dos trabalhadores na luta por melhores direitos e contra as alterações da legislação laboral. Num almoço com 300 trabalhadores dos serviços operacionais da Câmara Municipal do Seixal, o secretário-geral do PCP deixou um alerta: "Sem a CDU, isto não avançará".
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Jerónimo de Sousa sabe bem de que lado está. "Do lado certo, do lado dos trabalhadores e do povo". Desde terça-feira, dia em que entraram em vigor as alterações "gravosas" à lei laboral, que a CDU tem centrado o discurso nas críticas ao PS e à Direita sobre a questão laboral. A luta por melhores condições de trabalho tem sido, sem dúvida, a principal bandeira desta campanha eleitoral, que hoje voltou ao distrito de Setúbal, onde elegeu quatro deputados em 2015.
A cinco dias das eleições, Jerónimo de Sousa carimbou o apoio à luta dos trabalhadores e ouviu, esta manhã, os problemas de quem trabalha por turnos ou em regime noturno nas áreas dos transportes, saúde ou construção automóvel. Na Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense, em Almada, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN também se juntou à campanha, e condenou as "acentuadas desigualdades" existentes entre os trabalhadores e os patrões.
Jerónimo de Sousa e Arménio Carlos estão do mesmo lado. E não é do lado da "conceção economicista, onde o lucro das entidades patronais se sobrepõe aos direitos individuais e coletivos dos trabalhadores". "A pretexto da competitividade e aumento da produtividade, o que nós verificamos é que os rendimentos dos trabalhadores no peso do Produto Interno Bruto (PIB) entre salários e ordenados era, em 2001, cerca de 39%. Chegamos a 2017 e os ordenados e salários no PIB não atingem os 35%", alertou o secretário-geral da CGTP.
Já o secretário-geral do PCP fez um balanço da "nova fase da política nacional" dos últimos quatro anos e destacou os avanços conseguidos na área laboral. Apesar do descongelamento dos salários e das carreiras ou da recuperação dos feriados, Jerónimo de Sousa é inabalável: "O balanço é claramente insuficiente e, em alguns casos até, inaceitável".
Uma vez mais, o PS voltou a entrar no discurso, devido à "opção" de "contrariar o rumo e caminho de avanços" alcançados na última legislatura. Perante uma plateia com cerca de 30 trabalhadores de diferentes áreas, Jerónimo de Sousa pediu o "reforço na CDU" e garantiu que nos últimos quatro anos a coligação entre comunistas e ecologistas "foi capaz de honrar os compromissos que assumiu".
Na sala da Academia Almadense, o líder comunista mostrou-se solidário com os trabalhadores que "vivem em contraciclo" e lembrou o trabalho como operário. Jerónimo de Sousa quer limitar o trabalho noturno e por turnos e compensar quem trabalha nestes regimes, por considerar fundamental que se definam como profissões de desgaste rápido. O secretário-geral do PCP manifestou preocupação com a saúde destes trabalhadores e, por isso, pede a obrigatoriedade da realização de exames médicos sigilosos e sem custos de seis em seis meses. "O ser humano não existe para trabalhar à noite, é para trabalhar de dia e descansar à noite", considerou.
Pelos trabalhadores e pelo povo, "é preciso concretizar". "Estas possibilidades não vão apenas com música de ouvido, com promessas em fase de campanha eleitoral. É preciso concretizar. E este é outro compromisso que assumimos, é que nós vamos concretizar estas propostas", assegurou, no final da sessão em Almada.
De Almada até ao Seixal, Jerónimo de Sousa evocou as mesmas palavras de ordem, num almoço com mais de 250 trabalhadores dos serviços operacionais da autarquia comunista. "Os trabalhadores desta autarquia não se esquecem que quando o PSD e CDS impuseram as 40 horas de trabalho semanal, esta autarquia, a exemplo de todas as autarquias de maioria CDU, manteve as 35 horas de trabalho", lembrou.
Jerónimo de Sousa dirigiu-se, uma vez mais, aos trabalhadores: eles sabem "bem com o que podem contar". Com a CDU, que "sem descanso" lutou para resistir "ao assalto" da Direita que "roubou salários", "congelou direitos" e obrigou quem trabalha a "trabalhar mais tempo".
"Sem a CDU, isto não avançará. Estou a dizer-vos isto com convicção, não estou a fazer um discurso de circunstância. Sem a CDU, a luta que vocês vão ter que travar vai ser muito mais difícil. E é por isso que apelamos ao reforço da CDU".