Casal de Santo Tirso adotou Max em 2010 e já beneficiou duas vezes deste programa. Cheque no valor de 100 euros não chega para a cirurgia para remover tumor. Mas a Câmara garante que irá custear toda a intervenção.
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Max foi adotado em 2010, ainda bebé, quando Joaquim e Emília tinham saúde e trabalho e, aí, "isto corria muito bem", recorda a sexagenária, que foi cuidadora de idosos. Mas a vida trocou-lhes as voltas e, impossibilitados de trabalhar por não terem condições físicas - ele é doente oncológico e ela tem inúmeras patologias músculo-esqueléticas -, o dinheiro começou a encurtar.
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"Neste momento, temos passado um bocado de dificuldades", reconhece o casal de Santiago da Carreira, Santo Tirso, que gasta uma média de cerca de 200 euros por mês em medicação própria e conta com um rendimento de pouco mais de 600 euros. Sem hipótese de fazer face a todas as despesas, as vacinas do cão, que hoje é um sénior de porte grande, foram ficando para trás, e só puderam ser regularizadas graças ao cheque veterinário que a família recebeu da Câmara, no final de 2020.
Entretanto, Max começou a precisar de mais cuidados veterinários, por ter desenvolvido um tumor "logo antes do testículo, há coisa de meio ano", aponta Emília Martins. "A doutora diz que é uma bola de massa", conta Joaquim Carneiro, preocupado com a operação que será necessária.
"Já pedi o segundo cheque e também foi aprovado. Mas a clínica [veterinária] disse que ele tem o valor de 100 euros e a cirurgia são 200 e tal. Gosto muito do animal e tenho-o como se fosse da família, mas não posso tirar da minha medicação", lamenta o sexagenário. "Se a Câmara não ajudar, não se consegue fazer a cirurgia; fica sem efeito. Tenho muito amor ao bicho, mas primeiro vem a minha saúde", define.
No entanto, contactada pelo JN, a Câmara de Santo Tirso garante, no entanto, que esta intervenção será comparticipada na totalidade, admitindo que tenha havido alguma má interpretação por parte da família.
O Município de Santo Tirso disponibiliza o cheque veterinário desde o final de 2018, altura em que assinou um protocolo com a Ordem dos Veterinários. Segundo a Autarquia, "anualmente é disponibilizado um orçamento para o efeito, valor esse que, em 2021, se fixa nos 7500 euros. Desde 2019, a Câmara já investiu 22 mil euros do orçamento municipal" neste apoio, que visa a "prestação de cuidados de saúde dos animais em risco, sendo também utilizado para tratamentos a animais de famílias isentas do pagamento de contribuições sociais".
"O valor de cada cheque varia de acordo com os tratamentos aos quais os animais são sujeitos, e inclui identificação eletrónica, vacinação, desparasitação, esterilização ou tratamentos médicos e cirúrgicos", esclarece a Câmara.