A psicóloga clínica Tânia Gaspar falou ao JN sobre a semana de quatro dias de trabalho.
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Qual a sua opinião sobre a semana de quatro dias de trabalho?
É importante saber do que estamos a falar e quais são as modalidades. Se for para fazer em quatro dias o que se faria em cinco, temos de ter em conta que isso vai ter efeitos e impactos na saúde dos trabalhadores. O que defendo é que haja uma negociação e uma gestão do desempenho, que tem de ser feita com o profissional. Devem ser estabelecidos objetivos, justos e realistas, que terão de ser concretizáveis em quatro dias de trabalho.
Há uma desconexão entre aquilo que as empresas pedem e o que os trabalhadores podem dar em termos de desempenho?
Muitas vezes, o que é exigido ao profissional é mais do que aquilo que ele consegue fazer de maneira saudável. Imaginemos, o profissional consegue fazer "100" e a empresa pede sempre "120". O problema disto é que a pessoa está sempre a falhar e não consegue corresponder ou está a fazer um esforço tão grande para conseguir concretizar, que não é sustentável.
É normal que os trabalhadores fiquem apreensivos com a semana de quatro dias de trabalho?
A confiança é fundamental. A perceção que muitas pessoas têm é de que não há uma preocupação das organizações e dos líderes com os trabalhadores. O ideal é que a medida traga vantagens para ambas as partes.