Com uma doença neurodegenerativa rara, Rui Machado tem assistência pessoal em três momentos do dia.
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Rui Machado tem 40 anos, é licenciado em Psicologia e tem mestrado em psicologia clínica. Já escreveu cinco livros, mas passou onze anos sem conseguir arranjar emprego devido às suas limitações e à discriminação causada pela doença que carrega desde o berço. Na lotaria do azar calhou-lhe ter uma doença neurodegenerativa rara, o irmão gémeo é saudável. As dificuldades não o fizeram desistir. Fala da mãe - e de “tudo o que teve de abdicar” para lhe dar oportunidade de estudar e de fazer uma vida normal - com imenso carinho.
Fruto deste apoio, na escola esteve relativamente protegido. “Sempre estudei em escolas públicas que se iam adaptando, nunca repeti anos. Uma altura estive para ir para um colégio privado, mas não me aceitaram”, refere. Mesmo durante o curso superior, na Lusófona, diz que fez “uma vida igual” à dos colegas. Tudo mudou com a chegada ao mercado de trabalho. Os colegas começaram a arranjar emprego, a casar, a ter filhos e foi nessa altura que Rui sentiu a discriminação. A vida dos outros continuava e a sua estava em suspenso.