A responsabilidade é de todos na prevenção do suicídio. Esta foi a mensagem de Miguel Xavier, coordenador nacional das políticas de saúde mental, no evento "Criar esperança e agir", que decorreu ontem, no Dia Mundial da Prevenção do Suicídio.
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Alcançar toda a população, melhorar a literacia em saúde mental e incentivar pedidos de ajuda são os objetivos, destacados pelo psiquiatra, para as ações a curto prazo do programa nacional.
O responsável pela Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental salientou que os serviços de saúde não se encontram na base da pirâmide das políticas de prevenção do suicídio, apelando a que seja promovida uma "visão sistémica da problemática. Se investirmos todo o dinheiro no Serviço Nacional de Saúde [SNS], não podemos esperar que o problema se resolva", concretiza.
Para alertar para a consciencialização e responsabilização de todos, foi apresentado o vídeo anual da campanha nacional de prevenção do suicídio, que focou, mais uma vez, o papel fundamental da sociedade.
Situações de risco
"Às vezes, é tão simples como perguntar se está tudo bem", alerta-se no vídeo, promovendo a atenção de todos e incentivando pedidos de ajuda. O vídeo pode ser visto, a qualquer momento, através do site "prevenirsuicidio.pt".
Na conferência que decorreu na Fundação Oriente, em Lisboa, Ricardo Gusmão, com extenso trabalho na área da suicidologia, corroborou o ponto de vista partilhado por Miguel Xavier. O investigador lembrou, no entanto, uma meta explícita: a redução do suicídio em 15% até 2030. Para o psiquiatra, o suicídio é uma questão complexa, agravada por situações de risco, como isolamento social, crise económica e baixo acesso a serviços de saúde mental.