As chamadas de emergência estiveram sempre asseguradas pelo 112.
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O Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) conseguiu assegurar o trabalho dos serviços essenciais, como bombeiros e INEM, face ao ciberataque à operadora Vodafone, que ocorreu na segunda-feira à noite e atingiu milhares de utilizadores.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil revelou que "as comunicações operacionais estão a funcionar em pleno, sem quaisquer constrangimentos". As associações de bombeiros podem aceder à rede SIRESP para responder e coordenar situações de emergência ou, em alternativa, usar a Rede Operacional de Bombeiros (ROB).
Também o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) recorreu à rede do Estado para passar ao lado do ataque informático."Todas as chamadas de emergência transferidas pelas centrais 112, geridas pela Polícia de Segurança Pública, para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM sempre estiveram asseguradas a 100%, não se verificando qualquer situação anómala", precisou o instituto.
Tal como os bombeiros, que têm a ROB, também o INEM, as forças de segurança e as Forças Armadas possuem redes de telecomunicações próprias. O INEM confirma ter "ativado o seu plano de contingência, privilegiando o acionamento através da rede SIRESP e recorrendo aos sistemas redundantes de que dispõe em termos de telecomunicações móveis".
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Ligar 112
No caso dos corpos de bombeiros, as centrais que têm como operadora a Vodafone foram, naturalmente, afetadas. Caso alguém tenha ligado para um número geral de uma corporação, a chamada pode ter ficado por atender. Mas em situação de emergência, como um incêndio em casa, os cidadãos devem ligar para o 112: a PSP ou a GNR vão reencaminhar o pedido de socorro para um dos centros distritais da Proteção Civil, que depois via rádio comunica com os bombeiros.
António Nunes, presidente da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP), admite que algumas chamadas gerais para as corporações podem ter ficado por atender, mas há uma "boa gestão" em casos de urgência, sendo "uma prática generalizada" recorrer a alternativas. Além do SIRESP, o dirigente reconhece ao JN que os bombeiros podem também estar a usar outras operadoras para comunicar.
A rede do Estado para a emergência e a segurança nacionais existe desde 2006, tendo o seu funcionamento sido prolongado até ao fim deste ano. O Governo não renovou a parceria público-privada, um contrato entre o Estado e a Altice, no verão do ano passado. O Executivo pretende criar uma nova entidade para coordenar as redes de comunicações do Ministério da Administração Interna.