Aumento de contágios obriga a reforço da capacidade de internamento. Já foram assinados 46 acordos.
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As administrações regionais de saúde de Portugal continental já assinaram 46 acordos com o setor privado, social e militar para expandir a capacidade de internamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) face ao aumento do número de casos de covid-19 por causa da variante ómicron.
A ministra da Saúde tinha revelado, na semana passada, que o Governo já tinha contratualizado "mais de 400 camas para reforço dos hospitais com o setor privado". Afinal são 513, pois as convenções celebradas "incluem a contratação de 150 camas para doentes covid-19 e 363 camas para doentes não covid-19", informou o Ministério da Saúde, em resposta ao JN.
Embora nem todas as novas camas se destinem a doentes covid, a pandemia é a razão pela qual as 513 são contratadas, uma vez que mesmo as de pacientes não covid vão permitir criar espaço nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde para a crescente vaga de contágios e, previsivelmente, de internamentos esperados durante o mês de janeiro. O Ministério da Saúde informou, ainda, que a maioria das camas "foi contratualizada para as administrações regionais de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Norte e Centro".
resposta dos hospitais
Para além do Ministério da Saúde, os conselhos de administração dos hospitais públicos também estão a reforçar a disponibilidade de camas para doentes covid-19. O Hospital de São João ativou o nível 2 do plano de contingência, o que se traduziu no aumento do número de camas em enfermaria de 23 para 37. Esta unidade indica que "toda a atividade assistencial não covid-19 está assegurada, não sofrendo qualquer perturbação, fruto do planeamento e organização".
O Hospital de Leiria também duplicou de cinco para dez o número de camas de medicina intensiva, "tendo em conta a tendência de crescimento de novos casos". No mesmo hospital, foi ainda reorganizada a distribuição de outras camas de modo a torná-las disponíveis para doentes covid-19, caso sejam necessárias.
O Hospital Distrital da Figueira da Foz também ativou o plano de contingência, mas não contabilizou o número de novas camas disponibilizadas.
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Dívida "limpa"
O Ministério da Saúde transferiu, este mês, 630 milhões de euros para os hospitais EPE (entidades públicas empresariais) para regularizar pagamentos em atraso a fornecedores. A "limpeza" da dívida hospitalar é uma prática habitual nos meses de dezembro.
Europa reforça-se
Com vários países da Europa a registarem recordes de infeções, o reforço dos hospitais é uma realidade. No Reino Unido, por exemplo, estão a ser montados hospitais de campanha. Em França, a incidência é maior no Sul, onde os hospitais estão a transferir os doentes para as unidades de saúde do Norte.