O Serviço Nacional de Saúde (SNS) português, que "é um dos melhores sistemas a nível europeu e internacional", precisa de valorizar o "capital humano", de forma a atrair mais profissionais. A posição é do bastonário da Ordem dos Médicos, que reforça a necessidade de melhorar as condições de trabalho de quem opta pelo serviço público.
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A proposta de Orçamento do Estado para 2022 e o Plano de Recuperação e Resiliência não dão os passos "suficientes" para torná-lo mais competitivo.
Miguel Guimarães entende que há vários caminhos de valorização dos profissionais de saúde, desde logo pela melhoria das remunerações, mas não só. Outros mecanismos que considera fundamentais são a progressão das carreiras profissionais, a criação de incentivos e de projetos de trabalho e o investimento na inovação e na investigação (especialmente relevante para os médicos mais jovens).
Daí que, na reunião da V Convenção Nacional de Saúde, tenha apontado o exemplo dos sistemas de saúde dos Estados Unidos da América, do Reino Unido e de França, onde a saúde é mais cara, porque paga melhor aos seus médicos. Mas Miguel Guimarães não defende a adoção de modelos de saúde idênticos ao norte-americano ou ao inglês.
Defende, sim, reformas que, além da valorização do capital humano, permitam reforçar os "pilares da literacia, da educação para a saúde e da prevenção da doença" e dar maior capacidade de resposta aos cuidados primários, melhorando a interligação com os cuidados hospitalares.