Só autarcas do PS aplaudem pacote da Habitação e muitos anteveem execução difícil
Socialistas dizem que pacote responde aos problemas da Habitação. À Direita acham pouco e criticam ausência de diálogo.
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Não há consenso entre os autarcas na reação ao pacote de medidas do Governo para o setor da habitação. Os do PS elogiam a resposta a um dos maiores problemas sociais que o país enfrenta. Os restantes, à Direita, queixam-se de não terem sido ouvidos e acham as medidas insuficientes. A Associação Nacional de Municípios antevê "conflitualidade".
Luísa Salgueiro, socialista que preside à Associação Nacional de Municípios, entende que os objetivos das medidas são "corretos" pois respondem à "enorme escassez de habitações" em Portugal. Antevê, contudo, que a implementação "não será sem dificuldade" pois "alguns setores poderão mostrar resistências".
Nuno Vaz (PS), autarca de Chaves e presidente do Conselho Regional do Norte, vê "um sinal positivo" nas medidas, que considera "importantes", ainda que admita que "subsiste uma dúvida" de constitucionalidade. Carla Tavares, socialista que preside à Área Metropolitana de Lisboa, corrobora o elogio: "São medidas positivas para aumentar a oferta de casas. O tempo dirá se são ou não suficientes". Eduardo Vítor Rodrigues, da Área Metropolitana do Porto, afirmou anteontem que as medidas são "corretas e muito justas".
Opinião diferente têm os autarcas do PSD e do CDS. Hélder Sousa e Silva, autarca de Mafra e líder dos Autarcas Social-Democratas, fala em "desrespeito" pelo facto de os municípios não terem sido ouvidos. Alerta ainda para os "erros urbanísticos" que podem ser criados com a simplificação do licenciamento, e para o "presente envenenado" que constitui a linha de crédito de 150 milhões de euros para os municípios operarem o arrendamento coercivo, mas que gera dívida.
Assim, defende, este programa "é uma oportunidade perdida" e nesta crítica é acompanhado por Vasco Ferraz (CDS-PP), autarca de Ponte de Lima, que ontem classificou as medidas como "muito pobres e curtas".