De um total de 1216 regiões europeias, teremos seis entre as 100 com a idade média mais alta.
Corpo do artigo
Nos próximos 30 anos, apenas a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e o Algarve deverão ganhar população. Com o interior do país a registar perdas superiores a 20%. Nas projeções do Eurostat, Portugal está entre os países que mais residentes perdem. Em 2050, não deveremos chegar aos 9,4 milhões, e, em 2100, aos oito milhões de habitantes.
Enquanto o interior se despovoa, a AML deverá chegar aos três milhões de habitantes em 2050. De acordo com o gabinete de estudos europeu, 90% das capitais europeias assistirão a um reforço populacional, em contraciclo com as médias dos países. No caso português, aquele acréscimo fará com que a densidade populacional nas zonas urbanas, entre 2019 e 2050, recue apenas 1,6% - a Área Metropolitana do Porto perde 13% -, enquanto as zonas rurais caem 18,5% e o interior 10,3%.
Com impacto direto na idade média das populações. Sobressaindo o Douro: no final deste século, será a 15.a região europeia, de um total de 1216, com a idade média dos seus habitantes mais elevada: 55,1 anos. Nas primeiras 100 sub-regiões com a mais alta idade média, Portugal conta com seis - Alto Tâmega, Tâmega e Sousa, Beira Baixa, Médio Tejo e Beiras e Serra da Estrela.
Políticas dirigidas
"O desenho não é novo. É importante ter um território minimamente equilibrado. Sendo que despovoamento não é sinónimo de desertificação", frisa Maria João Valente Rosa. Se é certo que "as pessoas não podem viver onde não querem", diz a demógrafa, a verdade é que se podem tornar os territórios mais atrativos, em vez de repulsivos.
O que obriga "a pensar em estratégias regionais para encontrar dinâmicas próprias", olhando às "especificidades internas" de cada sub-região. Tanto mais que, diz, "quanto mais envelhecida a região, menor o seu dinamismo demográfico".