Já só restam 36 professores de Informática por colocar, revela ao JN o dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Vítor Godinho. A lista de Língua Gestual Portuguesa está vazia. E, "no vermelho", alerta, estão grupos como o de Geografia, Filosofia, Eletrotecnia e Educação Moral e Religiosa Católica, cujo número de professores já é inferior ao de horas que estão a concurso por preencher.
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Esta quarta-feira estavam por preencher em contratação de escola 934 horários. Um dos grupos com mais horas por preencher é o Pré-Escolar que tem na lista o maior número de profissionais por colocar: 5467. O que parece indiciar, explica Vítor Godinho, "a incapacidade que o Estado manifesta para atrair os que existem para os locais onde são necessários". Espanhol, História, Física e Química, Biologia e Geologia ou Português e Inglês, todos grupos com menos de 500 professores por colocar, também são grupos com "poucos docentes" para as necessidades de substituição durante o ano, considera.
Autonomia para recrutar
Hoje são divulgadas as colocações na terceira reserva de recrutamento nacional. Há uma semana, o ministro da Educação, admitiu que as aulas podem arrancar com cerca de 60 mil alunos sem todas as aulas. A Fenprof estima que possam ser mais e vai criar um contador de alunos sem todos os professores.
Na próxima semana arrancam as negociações sobre a revisão do modelo de recrutamento. Na quarta-feira, no fórum da TSF, João Costa reafirmou que pretende que as escolas ganhem autonomia para recrutar um terço dos seus professores, tendo em conta o seu perfil e projetos do agrupamento. O ministro antevê conversações difíceis face à resistência dos sindicatos. Admite o risco de "cunhas" mas defende ser um passo "essencial" para a estabilidade.
"Se o modelo de recrutamento tiver princípios claros e objetivos naquilo que são as regras de seleção, acredito que as escolas vão contratar os professores que dão resposta às suas necessidades", afirmou o ministro, defendendo que o atual modelo gera o sistema de "casa às costas constante".
O objetivo, reafirmou, é assegurar uma vinculação mais rápida, direta em quadros de escola e aprovar-se uma redução da dimensão dos quadros de zona pedagógica. Em cima da mesa também estará o regresso dos estágios remunerados.