A maioria do portugueses não querem que o próximo presidente da República use a "bomba atómica", no caso de um Orçamento do Estado ser chumbado: 56% dizem que não é razão para dissolver o Parlamento. Segundo uma sondagem da Pitagórica para o JN, TSF, TVI e CNN, deve manter-se neutro no processo de formação de um Governo que possa integrar o Chega (61%). E dirigir a sua atenção, prioritariamente, para os problemas da Saúde e do SNS (21%).
Corpo do artigo
Depois de o partido de André Ventura ter conseguido superar o PS, em número de deputados, na Assembleia da República, muitos se questionam sobre se chegará o tempo do Chega formar ou integrar um futuro Governo. Se essa hipótese se materializar, quase dois terços dos portugueses entendem que o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa não deve intervir no processo (com destaque para os homens, os que têm melhores rendimentos e os eleitores da AD). Há 22% que entendem que até deve promover a entrada do partido da Direita radical (em especial 36% dos que votam no Chega), enquanto outros 13% entendem que o deve impedir, mesmo que isso cause instabilidade (incluindo 21% dos eleitores do PS).
Com ou sem Chega no Governo, o que os portugueses não querem ver repetida é a experiência de se derrubar um Governo, dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, "só" porque seja chumbado um Orçamento do Estado: é isso que dizem 56% dos inquiridos (com destaque para 64% da classe média e 65% dos eleitores da AD). Um terço (33%) entende que a melhor opção é mesmo que o futuro inquilino do Palácio de Belém use a "bomba atómica" (sobretudo 44% dos mais jovens, e 46% dos eleitores de André Ventura).
Quando colocados sobre os temas que devem merecer a atenção prioritária do próximo presidente, destaca-se claramente das restantes a preocupação com a Saúde e do Serviço Nacional (21%), em particular nos segmentos dos 45/54 anos (34%) e dos que têm menores rendimentos (26%). Com uns já distantes 11% surgem os temas da habitação e das políticas de imigração. Na habitação destacam-se os mais jovens, para quem essa até deveria ser a preocupação primordial (24%), enquanto na imigração, e sem surpresa, são os eleitores do Chega os mais gostariam de ver essa como uma prioridade de Belém (20%).
Ficha técnica
Sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF e JN com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com as eleições presidenciais de 2026. O trabalho de campo decorreu entre os dias 06 e 10 de outubro de 2025. A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores recenseados em Portugal e foi devidamente estratificada por género, idade e região. Foram realizadas 1226 tentativas de contacto, para alcançarmos 625 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 50,98%. As 625 entrevistas telefónicas recolhidas correspondem a uma margem de erro máxima de +/- 4,00% para um nível de confiança de 95,5%. A distribuição de indecisos é feita de forma proporcional. A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.