Após a marcha marcada para sábado, que termina junto à residência oficial do primeiro-ministro, dirigentes do S.TO.P. vão iniciar uma vigília, "com a boca amordaçada e braços presos em sinal de protesto", frente ao Parlamento que pretendem dure, pelo menos 70 horas.
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Numa mensagem publicada nas redes sociais do sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.), lê-se que a intenção é a de terem sempre, durante a vigília, "pelo menos 100 a 200 pessoas". André Pestana, garante a publicação do sindicato, estará presente nos três dias/noites.
Os dirigentes vão apresentar-se com a boca amordaçada e os braços presos em sinal de protesto contra o que classificam de "ataques à democracia e ao direito à greve". A greve do S.TO.P. está sujeita a serviços mínimos que incluem três horas de aulas diárias. O parecer da Procuradoria-Geral da República equiparou o protesto a uma greve cirúrgica e frisa que o definido nos pré-avisos tem de ser cumprido ou pode ferir de legalidade a ação.
O ministério da Educação anunciou que homologou o parecer, pelo que professores que não respeitarem integralmente os avisos podem incorrer em faltas injustificadas. O S.TO.P. entregou na semana passada novos pré-avisos para os mesmos dias, entre 27 de fevereiro e 10 de março, apenas às primeiras duas horas dos horários dos profissionais. Estes avisos acumulam com os outros a todo o serviço diário.
Movimento Vida Justa desagradado com protesto do S.TO.P. no mesmo dia
A marcha foi convocada para o mesmo dia em que já estava agendada a manifestação do Movimento por uma Vida Justa que também escreveu uma publicação nas redes sociais a manifestar o seu desagrado por o S.TO.P. marcar uma manifestação no mesmo dia. O movimento revela, aliás, que houve "uma conversa entre dois elementos das duas organizações no domingo".
"O elemento da Vida Justa disse que o movimento tem todo o respeito pela luta dos professores mas que não ficou muito agradado com a marcação de um protesto dos professores para o mesmo dia e local em que se iriam ouvir as reivindicações das populações dos bairros, normalmente remetidas para a invisibilidade social, política e mediática", lê-se no post do movimento no Facebook.
Da conversa, revelam, terá ficado decidido que as duas marchas farão percursos diferentes para não se cruzarem e que o S.TO.P. terminará a manifestação junto à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, e o movimento frente ao Parlamento. O S.TO.P. terá pedido para após a chegada de todos os manifestantes do movimento se juntar em solidariedade ao protesto e para, no final da concentração, após a saída dos manifestantes, "proceder a um ato simbólico".
O S.TO.P. explicou na sua página na mesma rede social que a data foi aprovada por "centenas" de comissões de greve e que está em coordenação com o movimento.