Determinadas em retomar aulas "normais", instituições aguardam ainda por orientações da tutela.
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A dias do arranque do ano letivo, as instituições de Ensino Superior estão prontas a retomar o ensino presencial. Aguardam, no entanto, pelas orientações da tutela que, por sua vez, espera por instruções da Direção-Geral da Saúde (DGS). A testagem voluntária dos estudantes será para manter.
Na Universidade de Lisboa, a maior do país, "na maior parte das escolas [18], o ensino será presencial, existindo planos alternativos para o caso de ser necessário voltar ao ensino misto". Ao JN, fonte oficial adiantou que farão nova avaliação, "próximo da abertura das aulas, com a expectativa de que o impacto da vacinação traga mais segurança".
Já em Coimbra, "a universidade deverá seguir um modelo de ensino presencial, estando, ainda assim, preparada para adotar formatos híbridos (com recurso às plataformas digitais), em situações que o justifiquem e/ou caso surjam orientações da tutela e da DGS nesse sentido". Recorde-se que, no passado, as instituições adotaram sistemas de ensino diversos, com aulas teóricas à distância, práticas presenciais e aulas em regime misto, em que numa semana metade da turma estava presencial e a restante online.
Sem orientações da tutela, a Universidade do Porto tem dois cenários preparados. Mantendo-se as normas vigentes, que impedem um "regresso por completo à atividade presencial", então "as aulas arrancarão em regime híbrido, numa rotatividade entre ensino presencial e à distância". Se as orientações permitirem o regresso dos estudantes, a instituição retomará o presencial "de acordo com as regras estipuladas".
Distância determinante
Tomando o pulso aos institutos politécnicos, o presidente do Conselho Coordenador revela ao JN que, "genericamente, a intenção é ter o ensino o mais presencial possível". Tudo dependerá, agora, das determinações da DGS. Isto porque, explica Pedro Dominguinhos, no último ano funcionava a regra "cadeira sim, cadeira não". A manter-se, "há uma impossibilidade física de colocar todos os alunos nas aulas teóricas".
Alertando o também presidente do politécnico de Setúbal para três pontos-chave: "Há um conjunto de unidades curriculares que só se conseguem por modelo presencial; o ensino é um processo de socialização; e a presença dos estudantes é fundamental para a dinamização das regiões".
No politécnico de Leiria, o cenário que Rui Pedrosa deseja é que "o limite das salas volte ao registo anterior", tendo por isso preparada a "retoma do número de estudantes para o nível de 2019". Caso contrário, mantém-se a aposta no presencial para cadeiras práticas, no híbrido para teórico-práticas e à distância para teóricas. "O que queremos ter é o ensino na sua essência presencial".
Testagem continua
Na maioria das instituições ouvidas pelo JN, a testagem à covid, que muitas iniciaram logo em março de 2020 através dos seus próprios laboratórios, continuará à disposição dos estudantes. Em Setúbal, revela Pedro Dominguinhos, está já prevista uma "campanha de testagem massiva no início do ano letivo, tanto de antigénio como de PCR". Sem novas orientações, na Universidade do Porto mantém-se a testagem vigente e ainda indexada a uma incidência concelhia de 120 casos/14 mil habitantes.