Procura por testes continua a aumentar, mas não há dificuldades no fornecimento. Só a Sonae comercializa 20 mil por dia.
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A corrida aos autotestes em farmácias e nos supermercados não tem dado sinais de abrandamento e a procura mantém-se muito alta, apurou o JN junto de farmácias e de grandes superfícies. Desde abril passado que a procura tem vindo a subir, mantendo-se a curva ascendente durante o mês de maio e junho. A resposta dos fornecedores tem estado à altura da demanda e não há registo conhecido de ruturas de stock.
A comercialização de autotestes aumentou muito a partir de maio passado, mês em que se venderam o triplo de autotestes comparando com o mês de abril, informou o porta-voz do grupo Sonae, ao JN.
"Em média, vendem-se cerca de 20 mil testes por dia nas lojas Continente, Continente Modelo e Continente Bom Dia", acrescentou fonte daquele grupo, garantindo não ter qualquer dificuldades no abastecimento de testes.
O mesmo garante o Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins. O grupo português de grande retalho confirma a normalidade nos stocks e o crescimento significativo das vendas de autotestes, revelando que a procura "aumentou quando comparado com o mês anterior" e continuou a atingir valores muito elevados nas últimas semanas. Já em meados de maio o grupo tinha registado subidas na procura por este produto.
Quatro por pessoa
Com uma média de venda de cerca de 150 testes por dia nas suas farmácias, o Grupo Holon, que está presente em quase todas as regiões do país e detém 167 farmácias, sustenta que a procura elevada da testagem nas unidades farmacêuticas está a acompanhar o número de novos casos, dando conta, também, de um aumento nas vendas face ao mês passado.
"Com o número de novos casos a manter-se alto, as pessoas continuam a comprar para se testar", relevou Carla Lopes, do Grupo Holon. Em média, os portugueses levam quatro autotestes por compra.
Testagem com 50% de resultados positivos
A percentagem de testes positivos à covid-19, feitos em laboratório, continua muito elevada, dá conta o relatório de monitorização epidemiológica do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e da Direção Geral de Saúde, divulgado na passada sexta-feira. Entre 24 e 30 de maio, metade (50,4%) das análises efetuadas confirmou a infeção por SARS-COV-2. Neste período, foram realizados quase 318 mil testes laboratoriais, ainda assim menos 26 mil do que na semana anterior. A linhagem BA.5 da variante Ómicron continua a ser dominante em Portugal, com maior capacidade de transmissão e de escapar à resposta imunitária.