A líder do BE, Catarina Martins, afirmou esta segunda-feira que as pessoas estão a ser "assaltadas todos os dias" pelos supermercados, acusando o Governo de não querer "fazer nada" para travar a especulação promovida pelas referidas superfícies. Já o Chega entregou um projeto de lei no Parlamento para limitar a 15% a margem de lucro bruta na venda de bens essenciais.
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"As pessoas sabem que são assaltadas todos os dias quando chegam aos supermercados", afirmou Catarina Martins, no Porto. "Veem os lucros a crescer dos grandes grupos de distribuição e que os seus salários estão parados", acrescentou.
Questionada sobre o facto de, no domingo, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, ter dito que o Governo está a estudar "todas as medidas" para garantir preços justos, a líder bloquista não escondeu o ceticismo: "Quando o Governo não quer fazer nada, diz que vai estudar ou preparar um grupo de trabalho", referiu.
No entender de Catarina Martins, há "um movimento especulativo da grande distribuição". Mas o Governo, "como não quer fazer nada, diz que vai estudar. Eu acho isto inaceitável". A bloquista defendeu o controlo das margens de lucro e dos preços, considerando que os agricultores "não estão a receber o dinheiro devido" pelos produtos.
Esta segunda-feira, o Chega entregou um projeto de lei que visa limitar a 15% a margem de lucro bruta na venda de bens essenciais. O partido critica o facto de estas superarem "os 40% e 50% em alguns produtos", num momento "especialmente dramático" para as famílias.
O Chega esclarece que a medida é proposta "de forma excepcional e temporária", em resposta à "escalada descontrolada" dos preços de bens essenciais. Até 1984, a lei impunha um teto máximo às margens líquidas de lucro.