O ministro das Infraestruturas admitiu ter sido "surpreendido" com a conquista da maioria absoluta pelo PS. Em exclusivo ao JN, Pedro Nuno Santos garantiu que, apesar de o partido ter deixado de estar obrigado a dialogar, essa disponibilidade "mantém-se". O governante esclareceu ainda que o resultado não o fará adotar uma postura mais recatada: "Essa questão não se coloca e não se colocava".
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"Não esperava, fomos todos surpreendidos por esta grande vitória", afirmou Pedro Nuno Santos, à saída do hotel Altis, em Lisboa. No entanto, o governante sente que o PS fez por merecer este desfecho.
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"Sempre foi claro para mim que não havia razões de fundo para que o eleitorado abandonasse o PS. Acho que o povo português claramente não queria uma legislatura interrompida a meio e, agora, optou por garantir estabilidade ao Governo", afirmou o ministro.
Questionado sobre de que forma um PS maioritário no Parlamento poderá relacionar-se com os restantes partidos, respondeu: "Da mesma maneira. Quando não tínhamos maioria absoluta, conversávamos. Portanto, a disponibilidade para continuar a conversar mantém-se", acrescentou, argumentando que, desde os tempos de autarca, Costa já deu "mais do que mostras" de saber dialogar.
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Recusa passar para segundo plano: "Retirar porquê?"
Apontado como sucessor de Costa, Pedro Nuno afastou a hipótese de, face ao resultado conseguido com o atual líder ao leme, se retirar temporariamente para uma posição mais secundária dentro do partido: "Retirar porquê?", respondeu.
"Essa questão não se coloca e não se colocava, portanto estamos iguais", explicou de seguida. "É preciso é continuarmos a trabalhar para que o PS continue a ajudar o país a desenvolver-se. Eu sou mais uma peça dentro do PS para colaborar nesse objetivo", considerou.
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Sobre os maus resultados de PCP e BE (que apenas conseguiram 6 e 5 deputados, respetivamente), Pedro Nuno Santos preferiu não comentar. "Costumo dizer que sou socialista desde que nasci, portanto fico satisfeito e feliz é com a vitória do meu partido", frisou, esclarecendo ainda que não se considera da "ala esquerda" do PS: "O PS não tem ala esquerda, tem é uma pequena ala direita".