Um surto de covid-19 num lar de Cinfães é a razão para o aumento acentuado registado esta sexta-feira na região Norte.
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O aumento acentuado de 69 casos na região Norte, que mais do que duplicou o número de novos infetados face a ontem, está associado ao lar de Cinfães onde há "um surto conhecido", disse a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa desta sexta-feira.
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No Alentejo, que também registou um aumento considerável (mais 40 casos), os contágios "estão ainda maioritariamente associados a Reguengos de Monsaraz, mas também a focos mais pequenos, alguns também já conhecidos como o do Parque de Campismo de Grândola". No Algarve, que manteve os 574 casos de ontem, os infetados estão associados à festa ilegal de Odiáxere, Lagos, havendo também pequenos focos em Cabanas de Tavira e Albufeira, com redes já determinadas.
Em Lisboa e Vale do Tejo, dos 339 casos registados, 234 foram detetados em Lisboa e Vale do Tejo, repetindo-se os "concelhos com mais preocupação". É precisamente a "incidência persistente de covid-19 em algumas áreas da ARS de Lisboa e Vale do Tejo", nomeadamento nas 19 freguesias já conhecidas, que mais preocupa as autoridades de saúde.
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A média do Rt (que mede o risco de transmissão do vírus) entre 19 a 23 de junho foi estimada em 1,06. Em Lisboa ficou abaixo, nos 1.03, e no Alentejo nos 1.30. "Não nos deve surpreender", alertou a ministra, referindo que este dado "não é comparável com o número de casos novos".
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"Ninguém se iluda": só vacina ou tratamento resolvem
"A covid-19 só desaparecerá das nossas vidas com uma vacina ou um tratamento eficaz. O facto de Portugal ter tido uma situação epidemiológica menos dura do que a de outros países e de agora enfrentar números consistentes em algumas freguesias é um motivo para reforçar o nosso esforço articulado", disse Marta Temido, sublinhando que este é um trabalho de "paciência". "Ninguém se iluda", avisou Temido, dando garantias da "segurança" do SNS na resposta à evolução da pandemia: das 21 mil camas hospitalares em Portugal, só estão ocupadas 401 de enfermaria e 67 de cuidados intensivos. "Há capacidade da rede, mas não podemos baixar a guarda", ressalvou.
Parecer vai ultrapassar "divergência" sobre pagamento a médicos
Confrontada com queixas de médicos de Saúde Pública que dizem não estar a receber pelas horas extra que trabalham, a ministra respondeu que há uma "divergência de entendimento" sobre se esse pagamento é devido, dado vez que há um subsídio que está a ser pago a estes profissionais. O secretário de Estado da Saúde já solicitou um parecer "para ultrapassar em definitivo essa divergência de entendimento e poder uniformizar procedimentos".
App de rastreio estará pronta em "dias ou horas"
Estará brevemente disponível, dentro de "dias ou horas", a aplicação móvel de rastreio disponível para utilização a título experimental. Descarregar a app é "uma opção voluntária e individual e poderá ser uma forma pertinente, útil e segura para em casos positivos os contactos serem mais facilmente avisados e localizados", disse a ministra. apontando a existência para os próximos "dias ou horas"