Com um sentido de "dever cívico" e em contagem decrescente para o voto antecipado, que se realiza amanhã, dezenas elementos que vão integrar as mesas de voto em Gaia realizaram ontem o teste de rastreio à covid-19. O cenário foi idêntico noutros concelhos do país.
Corpo do artigo
De Norte a Sul, várias autarquias estão a disponibilizar gratuitamente o rastreio a todos os envolvidos na operação das eleições legislativas. É o caso de Gaia, Gondomar, Matosinhos, Amarante, Mafra, Braga, Caminha, Vila Real e Azambuja. Há ainda municípios, como Cascais, Viseu, Coimbra e Lisboa, que estão a sensibilizar os elementos para que se testem nas vésperas dos dias de votação.
Em Gaia, esta sexta-feira, a Câmara tinha cerca de 150 elementos inscritos para a testagem. Paula Fonseca foi uma delas. Tem 54 anos e faz parte das mesas de voto numa das escolas do concelho há cerca de duas décadas. "Apesar de achar que não tenho nada, quis confirmar. O teste é uma segurança para poder prestar apoio", referiu, convicta de que a testagem é "uma mais-valia".
Sem receio de contactar com milhares de eleitores no próximo domingo, Paula Fonseca admite, no entanto, que "a pandemia mudou tudo" na dinâmica das mesas de voto. A par da máscara, a gaiense usa também luvas durante todo o processo eleitoral. Os eleitores, revela, são cumpridores das regras.
"As pessoas aceitam as indicações que nós, elementos da mesa, transmitimos", contou.
Já Mário Reis poderá estrear-se nas mesas de voto em período de pandemia. Faz parte do banco de suplentes para o voto antecipado em mobilidade e não pensou duas vezes na hora de aceitar ser testado. "Acho que fazer o teste é um dever cívico de todos, para que tudo corra pelo melhor", justificou.
Há cerca de três décadas nas mesas de voto, Mário Reis não esquece uma "brincadeira" em dia eleitoral nos anos 90. "Entrou um casal de manhã cedo [para votar] e nós, na brincadeira, dissemos que ainda não tínhamos tomado o pequeno-almoço. Então, eles quiseram oferecer-nos 500 escudos para tomarmos o pequeno-almoço", recordou.
Nas mesas de voto desde os 20 anos, Sandra Cardoso também guarda na memória o "convívio" em dia de eleições. A gaiense, de 50 anos, destaca ainda a importância da testagem.
"Como vamos estar expostos a um grande público nas eleições legislativas, [o teste] é uma proteção. Tanto para mim, como para os eleitores que se vão dirigir às mesas de voto", afirmou Sandra Cardoso.