Unilabs passa a disponibilizar análise ao sangue que avalia proteção através da deteção de células T.
Corpo do artigo
Depois dos testes de anticorpos, chegam a Portugal, a partir do próximo dia 15 de abril, os testes de imunidade celular, que detetam a resposta de células T ao SARS-CoV-2. Pela mão dos laboratórios privados Unilabs, terão um custo de 120 euros e só poderão ser realizados mediante prescrição médica.
Através de uma análise ao sangue, será então possível aferir "os linfócitos T específicos para a covid", explica ao JN o diretor-médico da Unilabs, António Maia Gonçalves. Explique-se que os linfócitos T (ou células T), fazem parte do sistema imunológico e são capazes de reconhecer e destruir células infetadas.
"É mais uma arma no diagnóstico que vem dar uma robustez grande na decisão [clínica]", diz aquele responsável. Juntam-se assim aos testes serológicos que avaliam a imunidade humoral, isto é, a presença de anticorpos face a algum micro-organismo invasor. No caso do novo coronavírus, detetam o anticorpo da classe IgM - marcador de fase aguda da infeção - e IgG - anticorpos produzidos mais tarde (seroconversão). Mas, por quanto tempo, ninguém sabe.
Sob conselho médico
Os testes que agora chegam ao nosso mercado - estão apenas disponíveis na Alemanha e no Reino Unido - não são, frisa António Maia Gonçalves, para uso generalizado e só poderão ser feitos mediante recomendação médica. Serão uma peça importante, prossegue, na avaliação da imunidade, nomeadamente, de doentes imunodeprimidos (oncológicos, autoimunes, etc). Mas também numa altura em que está em curso a campanha de vacinação contra a covid.
Tanto mais que, explica o diretor-médico da Unilabs, o SARS-CoV-2 (como o 1, que surgiu em 2002-2003), apresenta uma grande "variabilidade na resposta": há doentes sem imunidade passados três meses e outros que a mantêm aos 12 meses.
Refira-se, a este propósito, um estudo recentemente publicado na "Nature Immunology", segundo o qual as respostas funcionais de células T específicas para SARS-CoV-2 mantêm-se seis meses após a infeção. Para o efeito, os investigadores ingleses analisaram 100 pessoas, com a resposta das células T a ser 50% superior em pessoas que tinham tido uma infeção por SARS-CoV-2 sintomática.