Foi numa noite de muita trovoada, chuva e sem nenhuma estrela visível no céu que elas começaram a cair sobre a cabeça dos chefs portugueses presentes no Mas Marroch, em Girona, Espanha, o local escolhido pela Michelin para apresentar o seu guia de 2017 para Portugal e Espanha.
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Ao todo são sete novos restaurantes com uma estrela que se juntam aos 14 galardoados de 2016, com que Portugal já tinha conseguido o melhor resultado de sempre. Soma-se a isso o facto de o país passar a ter mais dois restaurantes com duas estrelas, o The Yeatman, em Vila Nova de Gaia, do chef Ricardo Costa, e o Il Gallo d' Oro, no Funchal, do chef Benoît Sinthon, que se juntam nesta categoria ao Belcanto de José Avilez (Lisboa), Ocean do chef Hans Neuner (Porches) e o Vila Joya do chef Dieter Koschina (Albufeira).
Os novos estrelados são Rui Paula e a sua Casa de Chá da Boa Nova (Leça da Palmeira), "com o Atlântico e os seus produtos como inequívocos protagonistas"; os restaurantes Alma, de Henrique Sá Pessoa e o Loco, de Alexandre Silva, ambos em Lisboa; Luís Pestana pelo William (Funchal); Miguel Lafan pelo L'And Vineyards (Montemor-o-Novo), Vítor Matos do Antiqvvm (Porto); e Lab by Sérgio Arola, do chefe com o mesmo nome.
De salientar que 2017 é só a somar, já que nenhum restaurante português perdeu qualquer estrela. Mantêm-se assim com uma estrela, a sul, o Bon Bom (Carvoeiro), Eleven (Lisboa), Feitoria (Lisboa) Fortaleza do Guincho (Cascais), Henrique Leis (Almancil), São Gabriel (Almancil), Willie"s (Vilamoura) e, a Norte, o Casa da Calçada (Amarante) e o Pedro Lemos (Porto).
No total, são 21 os restaurantes portugueses que figuram no guia do próximo ano: cinco com duas estrelas e dezasseis com uma estrela, representando sete novas entradas em relação à edição de 2016 (três restaurantes com duas estrelas e 11 com uma estrela).
A apresentação, com o seu quê de show comercial, foi feita na Mas Marroch, o espaço para banquetes dos irmãos Roca, que detêm a classificação máxima de três estrelas no vizinho El Celler de Can Roca, categoria em que Portugal nunca teve um representante.
Antes do anúncio alguns dos chefes portugueses convidados iam conversando de copo na mão tentando enganar o nervosismo à espera do momento da confirmação, que haveria de vir com a chamada ao palco e o envergar da jaqueta branca da Michelin.