Ao segundo de três dias de visita a Timor-Leste, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, voltou a deixar muitos elogios aos timorenses e recorreu às palavras do então presidente Jorge Sampaio para afirmar que Timor-Leste foi "a maior causa de Portugal vivida em democracia".
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Marcelo Rebelo de Sousa foi convidado a discursar, esta sexta-feira, no Parlamento timorense, na sessão solene comemorativa dos 20 anos da Constituição da República Democrática de Timor-Leste. Depois de agradecer o "honrosíssimo convite", o chefe de Estado português declarou que a causa de Timor-Leste revelou o melhor de Portugal: "A nossa generosidade, a nossa convicção, a nossa vontade para lutar por uma causa justa".
De seguida, destacou o "caminho excecional" que Timor-Leste tem trilhado e citou o Papa Francisco: "O mundo aprendeu com o povo timorense como pode e deve a vontade coletiva de uma nação ter uma expressão política no quadro de respeito pelo direito internacional e das regras de convivência pacífica entre os Estados".
Tal como já tinha feito ontem, o presidente português prometeu fortalecer os laços luso-timorenses, concretizando que Portugal e Timor-Leste devem "promover cimeiras bilaterais mais regulares" no futuro.
De Aniceto Guterres Lopes, presidente do Parlamento timorense, Marcelo Rebelo de Sousa ouviu a garantia de que se manterão os "laços indestrutíveis" entre os dois países.
Lamentou por mulheres
À margem da inauguração da nova embaixada portuguesa em Díli, Marcelo Rebelo de Sousa conheceu o trabalho da Associação Empresarial das Mulheres de Timor-Leste, cuja presidente, Hergui Fernandes Alves, lhe agradeceu por "empoderar e encorajar as mulheres em todas as vertentes".
Aproveitando a ocasião, Marcelo fez um curto discurso em que se debruçou sobre a representatividade da mulher na sociedade, admitindo que o momento atual "não é dos melhores em Portugal", pois "o número de líderes presidentes de câmara diminuiu" e os cargos de topo ainda são ocupados por homens "nas grandes empresas industriais, agrícolas, banca, seguros e serviços"."Isso não é bom", lamentou.
Marcelo Rebelo de Sousa tem o regresso agendado para domingo, depois de três dias com a agenda cheia.