O primeiro-ministro defendeu, esta segunda-feira, que todos os cidadãos devem intervir para eliminar a violência contra as mulheres.
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"Todos nós em sociedade, cada um de nós, tem a responsabilidade de na sua família, nos seus vizinhos, nos seus colegas, entre os seus amigos não tolerar, não pactuar, não silenciar e de meter mesmo a colher para eliminarmos a violência sobre as mulheres", afirmou António Costa por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se assinala esta segunda-feira.
"Cada um de nós tem o dever de agir. O provérbio tradicional que entre marido e mulher não se mete a colher não é aceitável. Aquilo que é dever de cada um de nós é metermos mesmo a colher. É um dever de cada um", sublinhou o primeiro-ministro.
António Costa disse que o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres "é uma excelente oportunidade" para uma reflexão da sociedade "sobre o que cada um pode e deve fazer" para contrariar a realidade dos números, que considerou "assustadores". Este ano, em Portugal, foram assassinadas 26 mulheres em contexto familiar e apresentadas 23 mil queixas por violência doméstica.
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"Esta é uma realidade imensa. E não tenhamos a ilusão de que é só com as gerações mais velhas, porque a violência no namoro é hoje também uma realidade, o que significa que também entre as novas gerações a violência existe", advertiu António Costa.
O primeiro-ministro considerou que "é verdade que o legislador tem de fazer melhores leis, que os juízes têm de julgar melhor, que os magistrados do Ministério Público têm de estar mais atentos, que as polícias têm que investigar e agir", mas insistiu que todos os cidadãos têm a suas responsabilidades na eliminação da violência contra as mulheres. "Eu também tenho as minhas", afirmou.
O Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, designado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2000, é hoje assinalado com várias iniciativas no país, incluindo uma marcha em Lisboa promovida por organizações da sociedade civil. A ONU escolheu a questão da violação sexual como o tema deste ano.