A Comissão de Trabalhadores (CT) da Caixa Geral de Depósitos (CGD) acusou a Comissão Executiva de difamar os seus trabalhadores durante a sua audição no Parlamento, no dia 10 de janeiro. Em comunicado, a CT diz ter solicitado audiências a todos os partidos com assento parlamentar para "esclarecimento do agravamento da situação sócio-laboral na CGD".
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"Os deputados ouviram respostas que são puros atos de difamação dos trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos e que em nada contribuíram para informar os portugueses", critica a Comissão de Trabalhadores (CT) em comunicado.
A CT defendeu que o encerramento das 23 agências no verão, justificado por uma poupança de 10 milhões de euros, foi uma decisão "claramente errada e injustificável". "O lucro anual expectável para o ano 2022 é de 1000 milhões de euros, refletindo a justificação destes encerramentos apenas o impacto de 1% nos resultados", declarou a CT.
Menos funcionários, clientes mais tempo à espera
Além disso, alega que os trabalhadores estão a ser "pressionados" a abandonar a empresa e que o aumento do tempo de atendimento nas agências se deve precisamente à falta de funcionários. "O número de trabalhadores por agência na CGD, muitas delas com menos de 4 trabalhadores, é claramente insuficiente para um atendimento eficaz requerido pelos clientes", defendeu a CT.
A comissão de trabalhadores acusa ainda a CE de, em alguns casos, não assegurar as condições necessárias para estes exercerem o seu direito a uma hora de almoço diário. "Nalguns casos e locais em que a CE decidiu, por exemplo, fechar os serviços de tesouraria ao almoço, ou até fechar mesmo a agência durante uma hora ao almoço, implica aumento de volume de trabalho e prolongamento de atendimentos deixando os trabalhadores sem condições para cumprir os seus direitos laborais", lê-se no comunicado.
Apoio extraordinário apenas para alguns
A CT defende que os incentivos de desempenho comercial não são pagos na totalidade desde o quarto semestre de 2021, "com cortes até aos 70% do valor atribuído e previamente definido", decisões estas que denomina de "inqualificáveis".
Relativamente aos apoios extraordinários de 600 e 900 euros pagos em dezembro de 2022 como forma de combate à inflação, a comissão critica o facto de estes terem abrangido apenas alguns trabalhadores, havendo cerca de 2000 funcionários que ficaram de fora.
A este propósito, a CT assegura que fez uma proposta à CE que incluía todos os trabalhadores mas que esta se recusou a debater.