As qualificações dos trabalhadores estão a subir em Portugal e são superiores às dos próprios empregadores. Enquanto 35% dos funcionários por conta de outrem têm o Ensino Superior, 42% dos patrões não têm escolaridade ou têm apenas o Ensino Básico.
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As conclusões são da Pordata, que divulga esta quinta-feira, 1 de Maio, um conjunto de indicadores sobre a população empregada no país. Hoje assinala-se o Dia Mundial do Trabalhador.
Desde 2014 que o número de trabalhadores com o Ensino Superior tem aumentado: em dez anos, registaram-se mais 700 mil pessoas empregadas com este nível de formação, o que representa uma subida de 62%. Apesar de mais escolarizados, um em cada quatro trabalhadores no país ganhava o salário mínimo nacional em 2022.
As mulheres, os jovens, os imigrantes e as pessoas com escolaridade até ao Ensino Básico são os trabalhadores que, em proporção, mais ganham a remuneração mínima.
Salários baixos
Tendo em conta o poder de compra, Portugal tem o 10.º salário mínimo mais baixo em 22 países da União Europeia (UE). Em 20 anos, o território nacional “foi ultrapassado pela Polónia, Lituânia e Roménia”, indica a análise da Pordata.
Há 35% trabalhadores com o Ensino Superior no país, enquanto o valor desce para os 28% nos patrões. No contexto da União Europeia, “Portugal é o país que tem maior proporção de empregadores sem escolaridade ou com o Ensino Básico [42%] no total dos empregadores”, lê-se nos indicadores divulgados pela base de dados.
Também no salário médio anual, o país sai desfavorecido em comparação com o resto da UE: é o 9.º mais baixo no espaço comunitário (22 933 euros), 30% mais baixo do que em Espanha (32 587 euros). A média europeia está nos 37 863 euros.
“Há 5,1 milhões de trabalhadores em Portugal”, aponta a Pordata e quase oito em cada dez pessoas ativas estão empregadas. Cerca de 79% das pessoas entre os 20 e os 64 anos trabalha. “É a taxa de emprego mais elevada dos últimos 15 anos, tendo aumentado 11 pontos percentuais desde 2009”, lê-se na análise.
Portugal é o 12.º país na UE com mais pessoas ativas integradas no mercado de trabalho. O primeiro lugar é ocupado pelos Países Baixos.