
Foto: Miguel Pereira/Arquivo
Conclusões figuram na segunda edição da publicação "Trabalho, Emprego e Proteção Social", este ano dedicada aos efeitos da transição climática no emprego, e apresentada amanhã pelo CoLABOR na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Segundo as conclusões do estudo "Emprego e Proteção Social 2025", elaborado pelo Laboratório Colaborativo Para o Trabalho (CoLABOR), os empregos verdes - que contribuem para uma economia de baixo carbono - têm aumentado em Portugal em termos absolutos, mas diminuído enquanto proporção do emprego total. "Em 2023, contabilizavam-se 463,4 mil trabalhadores do setor privado em atividades classificadas como verdes - mais 105,2 mil do que em 2014 - representando 13,1% do emprego total, abaixo dos 14,6% registados em 2010", refere o documento. O mesmo estudo estima que "entre 126 mil e 300 mil empregos possam vir a sofrer transformações profundas, tanto em número como em conteúdo funcional, para responder às exigências de redução drástica das emissões". Empregos que são, em regra, desempenhados por trabalhadores mais velhos, com menores qualificações e remunerações mais baixas.
A publicação destaca que a transição para uma economia de baixo carbono, ainda que resulte em "novas vulnerabilidades", representa uma "oportunidade económica de grande escala". A sua concretização pressupõe, contudo, "investimento consistente, qualificação da mão de obra e políticas robustas de formação, reconversão profissional e proteção social, de forma a evitar o agravamento das desigualdades".
O estudo do CoLABOR salienta ainda que, apesar do crescimento económico e do aumento do peso dos salários no Produto Interno Bruto (PIB), "Portugal continua ancorado em setores de baixa produtividade e baixos salários".
Segundo os autores, ainda que a taxa de desemprego se tenha fixado em torno dos 6% em 2024, o mercado de trabalho em Portugal continua a revelar fragilidades significativas: "o desemprego jovem permanece elevado (18,8%), a incidência de desemprego de longa duração é muito expressiva (38,3% há 12 ou mais meses; 20,5% há mais de dois anos) e mais de meio milhão de trabalhadores encontram-se em situação de subutilização". Indicadores que revelam que "Portugal está ainda longe de uma situação de pleno emprego, sendo excessivo considerar que o país se encontra próximo desse patamar".

