Timothy Ray Brown é conhecido como o doente de Berlim, por ter sido naquela cidade que foi alvo do transplante de medula, que ditou a sua cura. Não só do VIH, mas também da leucemia. O VIH diagnosticado em 1995 estava a ser tratado com antirretrovirais quando se deparou, em 2007, com um mal maior: leucemia.
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Foi aí que os médicos resolveram ir mais além e descobrir um dador compatível, que apresentasse uma rara mutação num gene que enfraquece um recetor-chave dos glóbulos brancos, usado pelo vírus para estabelecer a infeção.
Não havia garantias de que resultasse. Mas não havia nada a perder. Quando os médicos lhe apresentaram esta hipótese, começou por dizer que não. Implicava sessões de radioterapia e quimioterapia.
O primeiro transplante fez desaparecer o VIH e a leucemia por um curto espaço de tempo. Foi preciso repetir a intervenção. Passados três meses e um processo de agonia que não gosta de recordar e que incluiu efeitos paralelos como a quase cegueira e falhas de locomoção, viu-se livre do vírus e da leucemia.
Quando deu a notícia da cura à avó conservadora, foi com surpresa que a viu festejar e dar-lhe apoio. Ela nem sabia que o neto era gay.
Timothy sente a "culpa de sobrevivente". "Vivo em Palm Spring, Califórnia, e muitas pessoas com esta doença vão para lá para viver o resto das suas vidas e acabam por morrer". Hoje divulga a sua experiência Mundo fora e faz fisioterapia e ioga na tentativa de recuperar a vida de antes. E ressalva que o tratamento a que foi sujeito não pode ser massivo. Só pode aplicar-se a casos muito raros. v