Reguladores americano e europeu estão a investigar. Médicos realçam que são doentes graves e acreditam que os benefícios superam os riscos.
Corpo do artigo
As agências do medicamento norte-americana e europeia estão a investigar os tratamentos com células CAR-T por suspeita de provocarem cancros secundários. A revisão de segurança destas imunoterapias, capazes de mudar o prognóstico de cancros de sangue muito graves, surge depois de terem sido diagnosticados mais de duas dezenas de pacientes com neoplasias que poderão estar associadas às CAR-T. Os médicos portugueses que realizam estes tratamentos nos IPO do Porto e de Lisboa realçam que estes doentes já têm elevado risco de cancros secundários pelos tratamentos que fizeram e acreditam que os benefícios superam os riscos.
O primeiro alerta foi dado pelo regulador americano. A “Food and Drug Administration” (FDA) iniciou uma investigação em novembro último, depois de terem sido detetados cerca de duas dezenas de cancros de células T em doentes que tinham feito tratamentos CAR-T. Em janeiro, a FDA notificou os laboratórios para incluírem na “bula” dos tratamentos a informação sobre o risco acrescido de cancro.