Último adeus a Balsemão nos Jerónimos: Marcelo elogiou contributo para a liberdade
O presidente da República elogiou, esta quinta-feira, o contributo de Francisco Pinto Balsemão para a liberdade e para a democracia, num discurso na missa que antecede o funeral do antigo primeiro-ministro, realizada no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
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Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa recordou presidente do grupo Impresa como um visionário, lutador e otimista, "a acreditar sempre no amanhã", com "inabalável esperança e fé".
"Assim foi, mais de seis décadas, num Portugal fechado, tal como num Portugal que ajudou a abrir para a liberdade e para a democracia", afirmou. Segundo o chefe de Estado, isso aconteceu "às vezes tão naturalmente que os seus passos pareciam não estar a mudar Portugal, mas estavam".
"Mudavam e mudaram a vida dos outros, a vida de todos nós. Nunca foi uma ilha, sempre quis realizar-se pelos outros e com os outros. E isso, que foi muito, que foi tudo, Portugal nunca esquecerá", completou o presidente da República.
Na missa de corpo presente que antecede o funeral de Balsemão, Marcelo Rebelo de Sousa interveio depois de um momento musical em que Camané cantou o fado "Abandono".

Foto: Tiago Petinga/Lusa

Foto: Tiago Petinga/Lusa

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O presidente da República descreveu Balsemão como um visionário, que se dedicou "a fazer pelos outros e com os outros" e soube "antecipar tempos e modos, romper barreiras, desbravar horizontes, construir futuros com inventiva e rasgo", como um lutador, que agiu "com coragem e com gosto do risco", e um otimista, "a acreditar sempre no amanhã".
Também o primeiro-ministro Luís Montenegro assistiu à missa, mas saiu antes de a urna deixar a igreja para partir para Bruxelas. "Agora mesmo", respondeu, quando questionado se ainda se iria juntar ao Conselho Europeu que decorre desde esta manhã.
"À altura da memória"
Montenegro elogiou a cerimónia fúnebre, considerando que foi "muito bonita, muito intensa, muito emotiva".
"Uma boa forma de homenagearmos uma personalidade única, singular, a quem o país tem uma grande dívida de gratidão. Foi à altura da memória, do legado, do grande sentimento de reconhecimento de todo o povo português, pelo contributo que Francisco Pinto Balsemão deu à nossa democracia, à nossa vida em sociedade, à nossa liberdade e ao nosso futuro", disse.
Montenegro assegurou que "o PSD terá sempre em Francisco Pinto Balsemão o seu militante número um.
Francisco Pinto Balsemão morreu na terça-feira, aos 88 anos.Presidia ao grupo de comunicação social Impresa, do qual fazem parte o "Expresso", que criou ainda durante a ditadura, em 1973, e a SIC, primeira televisão privada em Portugal, criada em 1992.
Em 1974, após o 25 de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata Partido Social Democrata (PSD).
Após a morte de Francisco Sá Carneiro, Balsemão assumiu a presidência do PSD, entre 1980 e 1983, e chefiou o VII e o VIII governos constitucionais, da AD, entre 1981 e 1983.
Era membro do Conselho de Estado, órgão político de consulta do Presidente da República.
