Estabelecimentos de restauração continuam a manter a tradição de comprar o jornal diariamente para o darem a ler aos clientes.
Corpo do artigo
Porto: Pandemia não alterou hábito
O Doce Formosa, na rua com o mesmo nome, abriu portas há mais de 70 anos e desde "há muito anos" que o JN é presença assídua nas mesas. "As pessoas estão habituadas, sobretudo as que têm mais idade, e é uma forma de manter ou de chamar novos clientes", explica Susana Moreira, que dirige o café há sete meses. "Nem a pandemia mudou o hábito", diz a funcionária Bruna Ferreira, entregando o JN a um cliente.
Braga: Opinião e temas da cidade
Desde que se reformou, há 27 anos, que António Gonçalves vai todas as manhãs à Brasileira, em Braga, tomar um café e ler o JN. "Se não ler o jornal, não me sinto bem. Mesmo de férias, vou procurá-lo", conta. Diz que tem preferência pelos cronistas "com opiniões duras", "gosta de ver os assaltos" e assuntos relacionados com a sua cidade".
Famalicão: Ler o JN ao pequeno-almoço
Leitor do JN há décadas, Gabriel Lima, barbeiro reformado de 73 anos, residente em Famalicão, só tira "folga" da leitura do JN ao domingo. Todos os outros dias, a leitura enquanto toma o pequeno-almoço na pastelaria é obrigatória. "Ganhei este hábito quando tinha a barbearia. Comprava o jornal porque as pessoas gostavam de ler e tomei o hábito", explica.
Viana do Castelo: Um jornal muito completo
Nuno Liquito, 46 anos, empresário de restauração, adotou o JN como "o seu jornal". Quando abriu o restaurante-café Scala, na praia Norte, Viana do Castelo, colocou-o à disposição dos clientes. Durante a pandemia, com a casa fechada, nunca deixou de o comprar. "É muito completo", afirma. No Scala muitos o leem. "Se nos atrasamos a comprar, as pessoas reclamam", diz.
Vila do Conde: "É nosso, é do Norte"
Maria Azevedo não dispensa o ritual diário: tomar café e ler o jornal. É assim "há muitos anos". António Passo conhece quase todos os clientes. Ali, ao Pizza Bar, em plenos jardins de Avenida Júlio Graça, Vila do Conde, o JN chega todos os dias há 14 anos. Passo é leitor assíduo. "Os clientes já chegam e vão à mesa de quem está a ler para "reservar". Anda sempre de mão em mão", atira, sorrindo, o dono do Pizza Bar, que nem no confinamento dispensou o JN. "Há clientes que vêm cá porque temos o jornal. Senão, não vinham", explica. E porquê o JN? "A informação é boa, traz as notícias da terra e é nosso. É do Norte!", justifica.
Barcelos: Proximidade com as pessoas
É raro o dia em que Fátima Cardoso, de 71 anos, não vá à padaria e pastelaria Café e Nata, em Barcelos, para ler o jornal enquanto toma o "cafezinho". E é com o JN que fica a par das notícias do dia a dia. Gosta do "trabalho de proximidade com as pessoas". Ainda assim, é aos "editoriais e artigos de opinião" que dedica mais tempo. Quando lê o jornal "a correr", pede aos proprietários do café para, em vez de o deitarem ao lixo, lho darem. "Depois leio em casa nas calmas", revela.