"Um, dois, três, já cá estamos outra vez". Milhares de professores protestam em Lisboa
Milhares de professores estão, este sábado, a desfilar em Lisboa em protesto contra as propostas governamentais para um novo regime de recrutamento e colocação e a ausência de abertura para negociar reivindicações antigas como a recuperação do tempo de serviço.
Corpo do artigo
"Um, dois, três, já cá estamos outra vez" é uma das palavras de ordem que se ouviram na Praça do Rossio, onde teve início mais uma manifestação convocada por uma plataforma de sindicados de professores que organizou uma iniciativa semelhante há menos de um mês.
"O tempo é para contar, não é para roubar" é outra das frases mais gritadas pelos professores que exigem ao Governo que abra um processo negocial para a recuperação dos mais de seis anos em que tiveram as suas carreiras congeladas, durante a troika.
No inicio da manifestação, destaque para dois jovens estudantes que trazem t-shirts anunciando "os meus pais são professores", justificando assim os motivos que os levam ao protesto..
Entre os manifestantes grita-se "Precário até aos 50, nenhum jovem aguenta", exigindo do Governo medidas que garantam estabilidade à classe que é conhecida por "andar com a casa às costas".
À semelhança do que se passa em Lisboa, também no Porto está a decorrer uma manifestação de professores.
A última manifestação convocada pela plataforma de sindicatos decorreu a 11 de fevereiro e muitos dos motivos do protesto mantêm-se inalterados, mas entretanto surgiram novas razões para sair à rua.
Sindicatos e Ministério da Educação estão desde setembro a negociar para tentar chegar a acordo quanto a novo modelo de recrutamento e colocação de professores. Na semana passada realizou-se a última reunião que terminou sem acordo, tendo os sindicatos já anunciado que irão pedir reuniões suplementares.
A nova proposta apresentada esta semana pelo Governo não convenceu os sindicatos que dizem manter algumas das "linhas vermelhas" que os docentes já tinham apontado, como é o caso da criação de Conselhos de Quadro de Zona Pedagógica (QZP).
Os dois protestos arrancaram este sábado do Rossio, em Lisboa, e da Praça do Marquês, no Porto, e têm como destinos a Assembleia da República, para quem está em Lisboa, e os Aliados, para quem está no Porto.
Os professores estão em greve desde dezembro, na altura com uma paralisação por tempo indeterminado convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), que se mantém, em protesto contra a proposta do Governo para os concursos e colocação de professores.